Preconceituosa em relação ao quê em concreto? Não percebi bem onde querias chegar com isso por isso não te posso responder.Maedhros Escreveu:
Acho, que apesar de seres gamer (digo eu...) ajudas a propagar a mentalidade preconceituosa que continua a habitar a indústria.
1. Um jogador não constrói história nenhuma. Limita-se a tomar decisões dentro de um contexto definido pelos autores. Isto quer dizer que a narrativa é interactiva, não que jogadores diferentes tenham acesso a narrativas diferentes. Todos vêm a mesma, embora possam escolher versões diferentes dela.
2. É tão fácil dois jogadores terem uma perspectiva diferente de um jogo, como dois espectadores de um filme. Qualquer forma de arte, tem uma dimensão profundamente subjectiva, seja um jogo ou um filme ou um livro. Apesar de ela ser superior num jogo, isso não chega para justificar o que quer que seja.
3. A fasquias nos jogos são inferiores às do cinema ou livros EM TERMOS NARRATIVOS. Isso sim é verdade. Por um motivo simples, um jogo não se esgota na narrativa, tem uma dimensão interactiva, que o distingue das outras formas de arte (porque os jogos SÃO arte, mas já lá vamos...).
4. Halo 2 não tem uma má história. Nem sequer é serie B (a não ser que negues o princípio básico da série B: falta de meios técnicos e financeiros para construir uma narrativa decente). A sua narrativa não é inovadora, nem sequer muito boa, mas mesmo em termos cinematográficos, dá um argumento de fc bastante razoável (basta olhar para os títulos de fc deste ano, que em geral fazem o halo parecer uma obra prima).
5. Qualquer forma de arte é mais madura que os medias interactivos. Têm pouco mais de 30 anos, como se pode comparar (directamente) com artes com séculos????? Mas só o facto de as comparares tem significado... adivinha qual é!
6. Os jogos têm um público alvo restrito. Mas há jogos que fogem a esse estigma. Podes, com razão, dizer que são poucos por comparação. Mas existem, e há muitos exemplos deles. Por outro lado, Hollywood também tem muitos estigmas do género. Concordo que os jogos, precisam de expandir os seus públicos, de forma a arranjar novos nichos de jogadores. Mas isso já começa a acontecer... o tempo muda muito.
7. Concluindo, desafio-te, no tópico "Estado da Arte" a mostrar porque é que os jogos não são arte. Não se trata de o forum cair em cima de ti ou não. Mas sim de "provares" as tuas insiduações. Acho que é muito fácil (e já agora) inútil lançar para o ar certas afirmações. Já justificá-las racionalmente, fomenta o espírito crítico, debate, e conhecimento. E esse é o objectivo o forum...
1. Acho que não me expressei bem em relação a esta questão. A narrativa de um videojogo é criada de modo a dar ao jogador a ilusão da escolha, da interactividade, do poder de decisão. A história de um jogo é concebida de uma maneira muito diferente da de um livro por exemplo, é concebida de maneira a ter várias ramificações possiveis dentro da mesma trama. Isto acaba por fracturar a história <IMHO> e em geral torna o jogo pior. Fico sempre com a sensação que o argumentista escreveu uma história que até era boa, e depois lhe acrescentou uma série de capitulos paralelos de segunda categoria para que criar alguma escolha (mesmo q a maioria dessas escolhas sejam de qualidade inferior à intenção original do autor). Mas por outro lado, se não houvesse algum grau de escolha não seria um jogo...
2. Mas tu tás a falar da maneira como as pessoas interpretam a história de um ponto de vista daquilo que ela representou para elas a um nivel digamos que emocional (não é bem a palavra q melhor expressa o q quero dizer mas n me ocorreu mais nada), e eu estava a falar de um nivel muito mais superficial q esse. Por exemplo o jogador A salvou a princesa pq matou o dragão, mas o jogador B salvou a princesa pq consegui passar sem que o dragão o visse, a trama da história é a mesma mas a maneira de lá chegar é bastante diferente.
3. É óbvio que a comparação era em termos narrativos, não faria sentido se fosse outra coisa. Mas não concordo com o motivo que dás. Acredito que são inferiores em termos narrativos simplesmente porque na sua grande maioria são escritos por pessoas com capacidades narrativas largamente inferiores aquelas que trabalham em literatura ou em cinema. É uma área em que os videojogos têm que amadurecer bastante ainda, não podemos ter programadores a escrever histórias de jogos, precisamos de escritores a sério.
4. "Halo 2 não tem uma má história" A tua opinião não é universal. Tu gostas de cinema, logo sabes o que é um bom filme de ficção cientifica, e claramente Halo não têm o tipo de argumento necessário para uma boa história de ficção cientifica. E quanto aos titulos de fc deste ano... há bons filmes, e há maus filmes... há bons jogos e há maus jogos... mas já vamos a isso
5. Na minha opinião existem aspectos fundalmentais que impedem os videojogos (pelo menos na sua forma actual) de serem considerados arte, e por favor não me mandes o Silent Hill, ou o Electoplankton ou o Farenheit à cara pq é preciso mais que uma mão cheia de exemplos para legitimar algo como arte. Eu não disse que não se poderiam tornar arte, disse que neste momento não o são, mas reconheço que a semente para coisas maiores e melhores está "lá". E não, nem todos os filmes são arte, nem todos os livros são arte.
6. Pois acontece, e espero que aconteça com mais frequência, faz parte do processo de maturação que espero por que os videojogos passem.
7. Faço-o neste tópico pq a discussão está a ser feita aqui e não me apetece quebrá-la indo para outro tópico só pq tem um nome assim ou assado. A arte, pelo menos da maneira que a vejo, terá sempre que ter algo do autor em si, uma manifestação de uma preocupação, de um pensamento, de uma "visão" do autor. Ele fá-la para os outros mas acima de tudo para si. Não conheço muitos "artistas" que façam estudos de mercado para ver que tipo de arte é "popular" e depois façam clones desse tipo de "arte". A arte não se guia por estudos de mercado, tie-ins de filmes recentes, licenças desportivas etcetc. Os videojogos sim. É um campo de discussão muito subjectivo. E futebol é arte? E as damas? E o xadrez? O que é q os videojogos têm de diferente enquanto "jogo" (sim pessoal, há jogos que não se jogam em computadores) que te faz achar que são arte enquanto que por exemplo o jogo das damas não te suscitará porventura a mesma opinião?