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kvk
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Mensagem por kvk » terça 14 fev 2006, 1:33

Maedhros Escreveu:
Acho, que apesar de seres gamer (digo eu...) ajudas a propagar a mentalidade preconceituosa que continua a habitar a indústria.

1. Um jogador não constrói história nenhuma. Limita-se a tomar decisões dentro de um contexto definido pelos autores. Isto quer dizer que a narrativa é interactiva, não que jogadores diferentes tenham acesso a narrativas diferentes. Todos vêm a mesma, embora possam escolher versões diferentes dela.

2. É tão fácil dois jogadores terem uma perspectiva diferente de um jogo, como dois espectadores de um filme. Qualquer forma de arte, tem uma dimensão profundamente subjectiva, seja um jogo ou um filme ou um livro. Apesar de ela ser superior num jogo, isso não chega para justificar o que quer que seja.

3. A fasquias nos jogos são inferiores às do cinema ou livros EM TERMOS NARRATIVOS. Isso sim é verdade. Por um motivo simples, um jogo não se esgota na narrativa, tem uma dimensão interactiva, que o distingue das outras formas de arte (porque os jogos SÃO arte, mas já lá vamos...).

4. Halo 2 não tem uma má história. Nem sequer é serie B (a não ser que negues o princípio básico da série B: falta de meios técnicos e financeiros para construir uma narrativa decente). A sua narrativa não é inovadora, nem sequer muito boa, mas mesmo em termos cinematográficos, dá um argumento de fc bastante razoável (basta olhar para os títulos de fc deste ano, que em geral fazem o halo parecer uma obra prima).

5. Qualquer forma de arte é mais madura que os medias interactivos. Têm pouco mais de 30 anos, como se pode comparar (directamente) com artes com séculos????? Mas só o facto de as comparares tem significado... adivinha qual é!

6. Os jogos têm um público alvo restrito. Mas há jogos que fogem a esse estigma. Podes, com razão, dizer que são poucos por comparação. Mas existem, e há muitos exemplos deles. Por outro lado, Hollywood também tem muitos estigmas do género. Concordo que os jogos, precisam de expandir os seus públicos, de forma a arranjar novos nichos de jogadores. Mas isso já começa a acontecer... o tempo muda muito.

7. Concluindo, desafio-te, no tópico "Estado da Arte" a mostrar porque é que os jogos não são arte. Não se trata de o forum cair em cima de ti ou não. Mas sim de "provares" as tuas insiduações. Acho que é muito fácil (e já agora) inútil lançar para o ar certas afirmações. Já justificá-las racionalmente, fomenta o espírito crítico, debate, e conhecimento. E esse é o objectivo o forum...
Preconceituosa em relação ao quê em concreto? Não percebi bem onde querias chegar com isso por isso não te posso responder.

1. Acho que não me expressei bem em relação a esta questão. A narrativa de um videojogo é criada de modo a dar ao jogador a ilusão da escolha, da interactividade, do poder de decisão. A história de um jogo é concebida de uma maneira muito diferente da de um livro por exemplo, é concebida de maneira a ter várias ramificações possiveis dentro da mesma trama. Isto acaba por fracturar a história <IMHO> e em geral torna o jogo pior. Fico sempre com a sensação que o argumentista escreveu uma história que até era boa, e depois lhe acrescentou uma série de capitulos paralelos de segunda categoria para que criar alguma escolha (mesmo q a maioria dessas escolhas sejam de qualidade inferior à intenção original do autor). Mas por outro lado, se não houvesse algum grau de escolha não seria um jogo...

2. Mas tu tás a falar da maneira como as pessoas interpretam a história de um ponto de vista daquilo que ela representou para elas a um nivel digamos que emocional (não é bem a palavra q melhor expressa o q quero dizer mas n me ocorreu mais nada), e eu estava a falar de um nivel muito mais superficial q esse. Por exemplo o jogador A salvou a princesa pq matou o dragão, mas o jogador B salvou a princesa pq consegui passar sem que o dragão o visse, a trama da história é a mesma mas a maneira de lá chegar é bastante diferente.

3. É óbvio que a comparação era em termos narrativos, não faria sentido se fosse outra coisa. Mas não concordo com o motivo que dás. Acredito que são inferiores em termos narrativos simplesmente porque na sua grande maioria são escritos por pessoas com capacidades narrativas largamente inferiores aquelas que trabalham em literatura ou em cinema. É uma área em que os videojogos têm que amadurecer bastante ainda, não podemos ter programadores a escrever histórias de jogos, precisamos de escritores a sério.

4. "Halo 2 não tem uma má história" A tua opinião não é universal. Tu gostas de cinema, logo sabes o que é um bom filme de ficção cientifica, e claramente Halo não têm o tipo de argumento necessário para uma boa história de ficção cientifica. E quanto aos titulos de fc deste ano... há bons filmes, e há maus filmes... há bons jogos e há maus jogos... mas já vamos a isso

5. Na minha opinião existem aspectos fundalmentais que impedem os videojogos (pelo menos na sua forma actual) de serem considerados arte, e por favor não me mandes o Silent Hill, ou o Electoplankton ou o Farenheit à cara pq é preciso mais que uma mão cheia de exemplos para legitimar algo como arte. Eu não disse que não se poderiam tornar arte, disse que neste momento não o são, mas reconheço que a semente para coisas maiores e melhores está "lá". E não, nem todos os filmes são arte, nem todos os livros são arte.

6. Pois acontece, e espero que aconteça com mais frequência, faz parte do processo de maturação que espero por que os videojogos passem.

7. Faço-o neste tópico pq a discussão está a ser feita aqui e não me apetece quebrá-la indo para outro tópico só pq tem um nome assim ou assado. A arte, pelo menos da maneira que a vejo, terá sempre que ter algo do autor em si, uma manifestação de uma preocupação, de um pensamento, de uma "visão" do autor. Ele fá-la para os outros mas acima de tudo para si. Não conheço muitos "artistas" que façam estudos de mercado para ver que tipo de arte é "popular" e depois façam clones desse tipo de "arte". A arte não se guia por estudos de mercado, tie-ins de filmes recentes, licenças desportivas etcetc. Os videojogos sim. É um campo de discussão muito subjectivo. E futebol é arte? E as damas? E o xadrez? O que é q os videojogos têm de diferente enquanto "jogo" (sim pessoal, há jogos que não se jogam em computadores) que te faz achar que são arte enquanto que por exemplo o jogo das damas não te suscitará porventura a mesma opinião?
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Mensagem por Maedhros » terça 14 fev 2006, 2:46

kvk Escreveu:Preconceituosa em relação ao quê em concreto? Não percebi bem onde querias chegar com isso por isso não te posso responder.

1. Acho que não me expressei bem em relação a esta questão. A narrativa de um videojogo é criada de modo a dar ao jogador a ilusão da escolha, da interactividade, do poder de decisão. A história de um jogo é concebida de uma maneira muito diferente da de um livro por exemplo, é concebida de maneira a ter várias ramificações possiveis dentro da mesma trama. Isto acaba por fracturar a história <IMHO> e em geral torna o jogo pior. Fico sempre com a sensação que o argumentista escreveu uma história que até era boa, e depois lhe acrescentou uma série de capitulos paralelos de segunda categoria para que criar alguma escolha (mesmo q a maioria dessas escolhas sejam de qualidade inferior à intenção original do autor). Mas por outro lado, se não houvesse algum grau de escolha não seria um jogo...
Não percebo. A sério que não. Já joguei mil e um jogos em que as opções estavam todas igualmente bem scriptadas e bem escritas. O facto de haver opções, não me parece, de nenhum modo perjurativo para uma obra. Afinal, estamos na era de KOTOR. Se, em alguns jogos, possa existir essa falta, acho que não deves criticar o todo, quando muitas vezes esse erro não existe nas partes.
kvk Escreveu:2. Mas tu tás a falar da maneira como as pessoas interpretam a história de um ponto de vista daquilo que ela representou para elas a um nivel digamos que emocional (não é bem a palavra q melhor expressa o q quero dizer mas n me ocorreu mais nada), e eu estava a falar de um nivel muito mais superficial q esse. Por exemplo o jogador A salvou a princesa pq matou o dragão, mas o jogador B salvou a princesa pq consegui passar sem que o dragão o visse, a trama da história é a mesma mas a maneira de lá chegar é bastante diferente.
Claro. Não disse o contrário. Mas tens consciência que os jogadores podem ambos incorrer o mesmo caminho. As opções adicionam à dimensão de percepção de um jogo, e não retiram como tu pareces advogar.

O que eu quis mostrar, é que os jogos, como todas as formas de arte têm formas diferentes de serem percepcionadas. Tal como há muito subtexto num filme, que escapa a muitas pessoas, há muitas side-plots ou alternative-plots que escapam aos gamers. É uma forma nova de um fenómeno já existente.
kvk Escreveu:3. É óbvio que a comparação era em termos narrativos, não faria sentido se fosse outra coisa. Mas não concordo com o motivo que dás. Acredito que são inferiores em termos narrativos simplesmente porque na sua grande maioria são escritos por pessoas com capacidades narrativas largamente inferiores aquelas que trabalham em literatura ou em cinema. É uma área em que os videojogos têm que amadurecer bastante ainda, não podemos ter programadores a escrever histórias de jogos, precisamos de escritores a sério.
Acho que tens razão, que ainda há um longo caminho a percorrer. Mas já há bastantes jogos, que denotam escrita de elementos profissionais (Torment, Sith Lords, Fallout, Silent Hill, Syberia and so on). Um dia haverá mais, foi assim no cinema (argumentos de filmes mudos, dão vontade de rir da sua ingenuidade e falta de profundidade), mas não nego o cinema dos anos 20 como arte!!! E na altura pouco mais havia que um punhado de grandes criadores!

O problema, é esta dislexia que muitos mostram: alguns jogos são arte, outros não! Ou se assume que existe de facto um todo, com partes boas e más, ou nem vale a pena discutir isto. Nunca ouvi ninguém a dizer que a música não é arte, só porque todos os anos saem milhares de albuns que não têm interesse artístico nenhum! Porque havemos nós, de arranjar estes preconceitos ridículos???? Há má arte e boa arte. Mas há ARTE.
kvk Escreveu:4. "Halo 2 não tem uma má história" A tua opinião não é universal. Tu gostas de cinema, logo sabes o que é um bom filme de ficção cientifica, e claramente Halo não têm o tipo de argumento necessário para uma boa história de ficção cientifica. E quanto aos titulos de fc deste ano... há bons filmes, e há maus filmes... há bons jogos e há maus jogos... mas já vamos a isso.
Não é Universal, mas nada é. Acho que se o Peter Jackson lhe achou algum interesse, é por algum motivo. Como disse, não é uma história para ganhar óscar de melhor argumento, mas está alguns furos acima de títulos de FC que são muitas vezes sucessos. Halo é consistente, apelativo, e com acção q.b. Dizer que a história é má, por não ser shakesperiana ou não reflectir sobre o sentido da vida, não é normal, uma vez que se trata de fc e acção puras, i.e. entertainment. Not too deep, not too shallow.
kvk Escreveu:5. Na minha opinião existem aspectos fundalmentais que impedem os videojogos (pelo menos na sua forma actual) de serem considerados arte, e por favor não me mandes o Silent Hill, ou o Electoplankton ou o Farenheit à cara pq é preciso mais que uma mão cheia de exemplos para legitimar algo como arte. Eu não disse que não se poderiam tornar arte, disse que neste momento não o são, mas reconheço que a semente para coisas maiores e melhores está "lá". E não, nem todos os filmes são arte, nem todos os livros são arte.
Lá vem a dislexia. Se o cinema é a 7a arte (acho que nisso todos concordamos), quer dizer que o processo de fazer cinema (com ou sem qualidade), é considerado artístico. Seja bom, mau, para ganhar dinheiro ou não.

Quanto mais, ao distinguires filme/arte filme/não arte estás a entrar num território conceptual perigoso. Qual a definição do filme que é arte e não é? Quem o decide? Eu? Tu? Uma academia ou júri? O facto de um filme ser comercial ou não? Where do you draw the line?

Aconselho-te a ir ver definições de arte, para perceberes que o conceito de arte, não tem nada, rigorosamente nada a haver com o teu sentido estético (ou o meu), ou com qualquer relação económico-financeira que possa conjurar. Eu percebo que tu tenhas um certa vista de arte, mas os conceitos foram definidos por alguns dos grandes pensadores da humanidade, renegar essas reflexões baseadas em caprichos pessoais, é muito egocêntrico.
kvk Escreveu:6. Pois acontece, e espero que aconteça com mais frequência, faz parte do processo de maturação que espero por que os videojogos passem.

7. Faço-o neste tópico pq a discussão está a ser feita aqui e não me apetece quebrá-la indo para outro tópico só pq tem um nome assim ou assado. A arte, pelo menos da maneira que a vejo, terá sempre que ter algo do autor em si, uma manifestação de uma preocupação, de um pensamento, de uma "visão" do autor. Ele fá-la para os outros mas acima de tudo para si. Não conheço muitos "artistas" que façam estudos de mercado para ver que tipo de arte é "popular" e depois façam clones desse tipo de "arte". A arte não se guia por estudos de mercado, tie-ins de filmes recentes, licenças desportivas etcetc. Os videojogos sim. É um campo de discussão muito subjectivo. E futebol é arte? E as damas? E o xadrez? O que é q os videojogos têm de diferente enquanto "jogo" (sim pessoal, há jogos que não se jogam em computadores) que te faz achar que são arte enquanto que por exemplo o jogo das damas não te suscitará porventura a mesma opinião?
A discussão pertence a outro lado, por isso eu aconslhei a postar lá. Não tenho problema nenhum em ser aqui, fica é offtopic. Para além disso, lá já estão muitos posts com réplicas que tinham interesse para esta discussão. Adiante...

Então, mas tu não conheces ninguém que faça isso??? Tens visto algum filme de Hollywood? Oh wait, I see, that's not art... O War of the Worlds, só porque é desenhado para conquistar bilheteiras não é arte? O Matrix não é arte porque foi realizado para ser entretenimento pipoca, não é arte. Star Wars não é arte. Sin City não é arte. E.T. não é arte.... Renegar algo, só porque num mundo capitalista é feito para vender, é negar a natureza do nosso sistema. Há uns que são mais "comerciais", outros menos, mas são todos (a um certo nível) feitos para vender. Até os livros de Saramago, ou filmes do Godard têm um público alvo, para os quais desejam vender. Senão as obras ficavam em cassa, ou eram distribuídas gratuitamente...

Achas mesmo, que no mundo de hoje, quando se produz/realiza/escreve um filme, não se pensa num público e numa forma de o vender? Até o Brokeback Mountain, que tu tanto gostaste (se calhar porque é arte, não sei???) tem uma máquina de vender associada ao filme. Na música, será que os singles que saiem todos os dias não são arte, por haver um estudo de mercado feito pelos seus produtores? Será que isso mina a arte enquanto conceito? Feito para vender, logo não é arte???

Há, mesmo assim, muitos criadores de jogos, que não pensam só em vender, e o mesmo nas outras formas de arte... Há uns cujo objectivo é esse, mas isso não mina o conceito do processo criativo! Mina a sua qualidade enquanto meio, mas não destrói esse processo. E é aí que está a matriz conceptual do conceito de arte, no processo criativo.

Acho que esta discussão é muito importante, mas requer de todos nós, uma certa capacidade de distanciamento, de conceptualização e análise da história da arte. Não uma mera opinião baseada em (pre)conceitos pessoais e particluares.

A arte, ou as belas artes existem há muito tempo, e os seus processos de evolução tiveram sempre semelhanças. A música, teatro, dança, cinema, etc., todas tiveram a sua génese e consequente evolução. Não conheço ninguém que renegue uma obra das belas artes, e o seu valor, exclusivamente por se tratar de uma expressão embrionária dessa forma de arte! E, parece-me que é isso que os jogos são! Uma forma de arte embrionária. A arte da pintura evoluiu muito desde Da Vinci, a arte do cinema evoluiu muito desde Murnau e a arte da música evoluiu muito desde Bach... mas ainda assim, hoje, olhando para trás vemos que era, de facto, arte. Ou será que devemos advogar, como tu, que por haver muitos maus compositores, pintores ou realizadores naquelas épocas, a música, pintura e cinema não eram arte?

Creio que dentro de anos, ouviremos algo como:
a arte dos jogos evoluíu muito desde...

Percebem onde quero chegar?
"Olive: Grandpa, am I pretty?
Grandpa: You are the most beautiful girl in the world.
Olive: You're just saying that.
Grandpa: No! I'm madly in love with you and it's not because of your brains or your personality. " in Little Miss Sunshine

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Mensagem por kvk » terça 14 fev 2006, 14:17

"art
also called visual art
A visual object or experience consciously created through an expression of skill or imagination."

pela enciclopédia britânica. E repara que nem sequer mencionam literatura, mas apenas objectos visuais, por isso sim a discussão sobre o que é ou não arte está aberta, e a "arte" não é uma coisa universal e absolutamente estabelecida que não pode ser discutida. Consulta os dicionários ou enciclopédias que quiseres e verás que cada uma te dá uma definição diferente daquilo que é ou n arte. Não estamos a falar de conceitos cientificos estanques e imutáveis, mas sim de conceitos altamente subjectivos.

Gostas de cinema, deves tar familiarizado com o conceito de "art movies". Agora diz-me: se todos os filmes são arte, pq houve a necessidade de criar uma categoria especial dentro dos filmes que os dintingue precisamente em termos ARTisticos?

Dizer que o cinema é a sétima arte nunca foi um sinómino de dizer que todos os filmes são arte, e acho que aqui estás a generalizar demasiado o termo, não por tua culpa, mas pq de facto ele é geralmente utilizado com esse sentido mais abragente e errado. Existe arte no cinema, e são essas obras a que se refere o termo 7ª arte, mas isso não faz de todos os filmes arte.

Quanto à questão entre boa arte e má arte, se calhar convém perguntares-te quando é que algo se torna tão mau que já nem arte pode ser considerado. A não ser que achas que tudo é arte, mas aí esta discussão transformar-se-ia numa guerra de conceitos, e definições enciclopédicas e não propriamente naquilo que é agora.

E não, fazer algo comercialmente viável não o impede de ser arte, e por muita dificuldade que tenhas em perceber e admitir isso a arte é algo subjectivo, mesmo "para os grandes pensadores da humanidade" haviam coisas que para uns eram arte e para outros não.

E não deixa de ser curioso que o artigo do wikipedia sobre arte tenha a sua neutralidade a ser disputada precisamente pq alguém lá decidiu acrescentar os videojogos como arte...

Mas pronto é a minha opinião. A mim o que me mete um bocado de confusão é que consideres uma opinião diferente da tua como sendo um "preconceito" e n apenas e unicamente uma opinião diferente da tua. A arte É subjectiva. E se queres um conselho não metas as definições de arte ao barulho, porque a grande maioria dessas definições nem se dá ao trabalho de discutir os videojogos pq nem lhes ocorre que alguém possa considerar os videojogos arte. De qq das maneiras já tou cansado de discutir este assunto...
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Mensagem por kvk » terça 14 fev 2006, 14:25

Talvez seja importante ver quando é que algo deixa de ser um jogo e se torna numa "experiência" de interacção com a criação de alguém, porque a meu ver existem diferenças. Vou dar o exemplo do Electroplankton que tem toda a gente do mundo dos videojogos a gritar "Arte, arte, arte, arte!" mas depois acrescentam sempre "mas n é bem um jogo..."
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Mensagem por pedropaulo » terça 14 fev 2006, 14:36

A discussão faz mais sentido se tiver lugar no topico adequado.
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Mensagem por Maedhros » terça 14 fev 2006, 15:58

kvk Escreveu:"art
also called visual art
A visual object or experience consciously created through an expression of skill or imagination."

pela enciclopédia britânica. E repara que nem sequer mencionam literatura, mas apenas objectos visuais, por isso sim a discussão sobre o que é ou não arte está aberta, e a "arte" não é uma coisa universal e absolutamente estabelecida que não pode ser discutida. Consulta os dicionários ou enciclopédias que quiseres e verás que cada uma te dá uma definição diferente daquilo que é ou n arte. Não estamos a falar de conceitos cientificos estanques e imutáveis, mas sim de conceitos altamente subjectivos.
A tua definição não fala só de objectos visuais, fala também de experiências... Sim, a arte tem n definições. Mas quero que me arranjes uma, só uma em que os jogos não estejam inseridos, ou que, distinga com baes em corrente estética ou argumentos mercantis. Se descobrires, ficaria grato.
kvk Escreveu:Gostas de cinema, deves tar familiarizado com o conceito de "art movies". Agora diz-me: se todos os filmes são arte, pq houve a necessidade de criar uma categoria especial dentro dos filmes que os dintingue precisamente em termos ARTisticos?
É, como muitos outros conceitos, uma forma popular de distinguir certas franjas dentro da arte, mas não é, de nenhuma forma, um conceito redutor. Serve para separar o entretenimento da arte, algo que, pessoalmente acho inseparável. Para mim, é um conceito preconceituoso.
kvk Escreveu:Dizer que o cinema é a sétima arte nunca foi um sinómino de dizer que todos os filmes são arte, e acho que aqui estás a generalizar demasiado o termo, não por tua culpa, mas pq de facto ele é geralmente utilizado com esse sentido mais abragente e errado. Existe arte no cinema, e são essas obras a que se refere o termo 7ª arte, mas isso não faz de todos os filmes arte.
De novo, pergunto, como distingues os que são arte dos que não são? Haverá alguma forma? E não, em geral ninguém generaliza como eu, o mais comum é fazerem como tu, considerarem que há arte e não arte...
kvk Escreveu:Quanto à questão entre boa arte e má arte, se calhar convém perguntares-te quando é que algo se torna tão mau que já nem arte pode ser considerado. A não ser que achas que tudo é arte, mas aí esta discussão transformar-se-ia numa guerra de conceitos, e definições enciclopédicas e não propriamente naquilo que é agora.
Em todas as definições que conheço (a de Kant então é muito explícita nesse ponto), o conceito de arte prende-se sempre com um processo criativo cujo fim se prende exclusivamente, com o lúdico e a divulgação cultural . De novo, arrranja-me uma definição em que se excluam a arte por ter má qualidade (algo que nem sequer é possível definir). E não, nem tudo é arte. A arte, no sentido estrito, não pode ter uma função mundana (como um carro ou um edifício), é isso que distingue arte de objectos cuja criação possa envolver processos artísticos. Aí existe grande consenso nas definições.
kvk Escreveu:E não, fazer algo comercialmente viável não o impede de ser arte, e por muita dificuldade que tenhas em perceber e admitir isso a arte é algo subjectivo, mesmo "para os grandes pensadores da humanidade" haviam coisas que para uns eram arte e para outros não.
Claro, nunca disse o contrário. Mas, mais uma vez, não conheço nenhum pensador que negue alguma forma de arte, baseada em conceitos estéticos ou de entretenimento (algo que está associado com qualquer forma de arte!!!). As grandes divergências dos conceitos prendem-se com casos limites, como, por exemplo, a arquitectura (que tem uma funcionalidade estética e funcional).
kvk Escreveu:E não deixa de ser curioso que o artigo do wikipedia sobre arte tenha a sua neutralidade a ser disputada precisamente pq alguém lá decidiu acrescentar os videojogos como arte...
Claro que tem a neutralidade contestada... Tal como os idiotas (sentido literal), que nos anos 30, chamaram ao cinema de arte eram contestados... É apenas natural que assim seja, e isso não valida nem invalida qualquer argumentação.
kvk Escreveu:Mas pronto é a minha opinião. A mim o que me mete um bocado de confusão é que consideres uma opinião diferente da tua como sendo um "preconceito" e n apenas e unicamente uma opinião diferente da tua. A arte É subjectiva. E se queres um conselho não metas as definições de arte ao barulho, porque a grande maioria dessas definições nem se dá ao trabalho de discutir os videojogos pq nem lhes ocorre que alguém possa considerar os videojogos arte. De qq das maneiras já tou cansado de discutir este assunto...
Eu disse que era preconceito, porque tu justificas a não arte dos jogos (ou qualquer outra forma de arte), por argumentos qualitativos e não por argumentos de forma ou conteúdo. Vê os posts no "Estado da Arte", para mais nestq eustão. Tal como Kojima justifica a não-arte dos jogos pelo seu entretenimento ou não existência num museu, tu justificas pela falta de qualidade do meio, em vez da forma que ele toma.

Arte é arte, independentemente da sua qualidade. Perceber isso é compreender a matriz da arte. Nunca encontrarás uma definição racional, que te permita separar arte/arte de arte/não-arte dentro de uma forma de expressão artística. Quanto mais não seja por não haver qualquer critério objectivo que torne essa divisão possível. O que é bom ou mau, não tem nada a haver com o processo artístico, pois a definição de qualidade é subjectiva e baseia-se sempre num esquema de valores particular e não Universal (que nunca existirá).
A discussão faz mais sentido se tiver lugar no topico adequado.
/quote]

Foi o que eu disse...
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Mensagem por Chris » terça 14 fev 2006, 16:02

Acho que o nosso adoravel mod deixou bem claro que isto é demasiado off-topic.
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Mensagem por Cyrax » terça 14 fev 2006, 16:11

Chris Escreveu:Acho que o nosso adoravel mod deixou bem claro que isto é demasiado off-topic.
Da-lhe graxa, dá.... :twisted:
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Mensagem por Chris » terça 14 fev 2006, 16:13

Graxa para quê? Se ele fosse admin ou redactor... Agora moderador, pffff. :lol: :P
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Mensagem por kvk » terça 14 fev 2006, 16:40

pedropaulo Escreveu:A discussão faz mais sentido se tiver lugar no topico adequado.
Ok ok, sorry. Tb já távamos a acabar :P
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Mensagem por Death Crow » quarta 15 fev 2006, 22:17

pedropaulo Escreveu:Para deixar a religião de vez, que jogos davam (bons) filmes?
E já agora porquê?
Silent Hill :P , Max Payne talvez desse um bom filme e penso que há projectos para o fazerem. O Metal Gear Solid é um excelente jogo mas como filme talvez saisse outro Rambo. Alone in The Dark definitivamente não, mas a culpa de eu pensar isto é do Uwe Boll. De momento não sei mais, mas tudo depende do realizador que pegue no filme senão, de certeza que sai asneira!
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Mensagem por Cyrax » quarta 15 fev 2006, 22:21

Death Crow Escreveu:
pedropaulo Escreveu:Para deixar a religião de vez, que jogos davam (bons) filmes?
E já agora porquê?
Silent Hill :P , Max Payne talvez desse um bom filme e penso que há projectos para o fazerem. O Metal Gear Solid é um excelente jogo mas como filme talvez saisse outro Rambo. Alone in The Dark definitivamente não, mas a culpa de eu pensar isto é do Uwe Boll. De momento não sei mais, mas tudo depende do realizador que pegue no filme senão, de certeza que sai asneira!
Ui, à quanto tempo ja oiço que iam fazer um filme do max payne...
Ja agora, talvez um filme do Deus Ex ou Freelancer, para não ser sempre o tema terror! :P
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Mensagem por Golden Echo » quinta 16 fev 2006, 10:23

incrivel o k uma simples piada religiosa pode fazer...
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Mensagem por Cyrax » sábado 18 fev 2006, 17:19

Uwe Boll está desanimado
Woooooow, yes!!!
:arrow: "A certa altura de entrevista, Uwe Boll fala um pouco do seu futuro. “Não posso dizer que não realizarei outro filme baseado num jogo, mas para ser honesto, neste momento não me apetece. Depois do Far Cry vou deixar o género. Assim toda a gente vai ficar feliz”."
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Mensagem por Maedhros » sábado 18 fev 2006, 18:05

Cyrax Escreveu:Uwe Boll está desanimado
Woooooow, yes!!!
:arrow: "A certa altura de entrevista, Uwe Boll fala um pouco do seu futuro. “Não posso dizer que não realizarei outro filme baseado num jogo, mas para ser honesto, neste momento não me apetece. Depois do Far Cry vou deixar o género. Assim toda a gente vai ficar feliz”."
Finalmente... Mas já repararam, como mesmo confrontado com a realidade, ele ainda se acha como um profissional competente e "incompreendido"? Há pessoas que vivem mesmo cheias de ilusões! Este tipo (sim poque ele é um mero "tipo") faz-me lembrar o Ricky Gervais, no the Office. Incompetente, detestável e com mania que é especial...
"Olive: Grandpa, am I pretty?
Grandpa: You are the most beautiful girl in the world.
Olive: You're just saying that.
Grandpa: No! I'm madly in love with you and it's not because of your brains or your personality. " in Little Miss Sunshine

A ver: "Little Miss Sunshine" de Jonathan Dayton e Valerie Faris
A jogar: "Xenosaga Episode III - Also Sprach Zarathustra", "Dead Rising"
A ler: "Death is a Lonely Business" de Ray Bradbury
A ouvir: Dream Theater - Score
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