Eu ia quase jurar que quem faz os cálculos todos complicados de física e assim são os engenheiros e que para se tirar o curso de engenheiro é presiso fisica e matemática. E ia também jurar que arquitectura é da área de artes...Maedhros Escreveu:Não, não cabe. O Arquitecto tem a obrigação de desenhar um edifício com uma estrutura correcta e passível de ser mantida ao longo do tempo. O Engenheiro tem a obrigação de levar esse desenho e de o conretizar. Mas se ele for incorrecto à partida, não tem solução possível.Morbus Escreveu:Isso já cabe só ao engenheiro.
Exactamente, é isso que eu estou a fazer É uma prespectiva conceptual e não aplicada à prática, mas isso é possivel de fazer...Maedhros Escreveu:Ou, como dizes, há uma parte de uma obra que é arte, e outra que não o é. Ou seja, de novo estás a separar parte integrantes do todo (como fizeste no exemplo do carro), e catalogá-las de forma diferente, baseado em conceitos que são extremamente subjectivos, e impossíveis de apurar.
Não. Estava de novo a decompor. A característica da tela, nesse caso, deixa de ser arte, pois não é original. O que é arte (original) é aquilo que é pintado sobre ela. Quanto ao FPS, a parte de ser FPS não é arte. O que é arte é como ele é feito. Estou a decompor, pois assim, a meu ver, é que se consegue distinguir o que é arte do que não é. Se não, como distiguiríamos uma dada música (original), que é arte, de uma versão dessa mesma música tocada por outras pessoas (cópia) mas com outros instrumentos (originais)? São as duas coisas arte, a meu ver, mas não nos mesmo parâmetros. Por isso é que decomponho.Maedhros Escreveu:Ou seja, uma tela por ser moldada por um determinado parâmetro deixa de ser arte? Aplicando aos jogos, isso quer dizer que sempre que aparece um fps nos moldes típicos do género ele não é arte? É isso que estás a dizer?Morbus Escreveu:A livre expressão artística é sempre limitada, e, portanto, muitas das vezes encontra-se presente em apenas algumas partes da obra. Por exemplo, é muito comum que os quadros estejam em telas retangulares/quadradas e isso em si não é arte. Mas se um quadro já estiver (com pes e cabeça) numa tela toda maluca já é arte, nesse aspecto (tela)
Não, acho eu...Maedhros Escreveu:Mas analisar as partes individualmente, não é o mesmo que dissociar?Morbus Escreveu:Foi o que eu disse. Não se pode dissociar, mas podesse analisar por partes.
Tanto melhorMaedhros Escreveu:Concordo plenamente. Era exactamente isso que eu dizia.Morbus Escreveu:Aí é que já não concordo contigo totalmente. Não são a soma de todas as partes, mas são a soma delas mais as suas relações. Tu existem como um todo e sem uma das tuas partes passavas a ser diferentes, mas isso não impede que sejas composto por várias partes e que tu sejas sempre a soma delas mais as suas relações.
Ao falar de um design de um carro como elemento diferente, não me esqueço de que esse design é de um carro portanto não o dissocio. Quanto ao cinema, eu acho que à oscares para várias partes do filme (melhor argumento, melhor atriz, etc.) por alguma coisa deve serMaedhros Escreveu:Que é exactamente o que tu fazes ao catalogar o design de um carro com arte, e o resto não. O mesmo para o exemplo dos filmes, ect. Estás a decompor facetas que estão tão intrinsecamente ligadas, que, na prática, são indistinguíveis, tornando impossível essa distinção entre arte e não arte.Morbus Escreveu:O que não pode acontecer é a decomposição do todo para depois analisar as várias partes como se estivessem dissociadas umas das outras...
Quando vez uma estátua totalmente original vez arte na sua originalidade e vez condicionamente na condição de estátua. A forma de arte é uma condicionate claríssima a partir do momento que o autor se propõe a fazer um pintura, um filme ou algo assim.Maedhros Escreveu:Só o artista(s) pode saber isso, e mesmo ele será influenciado muitas vezes sem o saber! Levando a que mesmo ele, não saiba quando está a ser condicionado.Morbus Escreveu:Em certos casos não há, mas essa não é uma questão premente em meu entender. Mas há casos em que a resposta é nítida. Tomo o exemplo de um carro. Um designer, com certeza, que está limitado pela aerodinâmica e pela própria morfologia característica de um carro. Esse aspecto é nitidamente condicionado. No entanto, na maioria das vezes, se se entender do assunto, consegue-se distinguir com relativa facilidade as partes de "livre expressão" das partes "influênciadas"
Proponhamos então fahrenheit e comecemos pelas limitações naturais. Temos então a condição de jogo, que só por si forma uma fronteira à "livre expressão", se assim se pode chamar. Por outro lado temos as especificidades técnicas do hardware disponível, quer em GPU's, CPU's etc. quer em periféricos input e output. A partir deste ponto já há algo em que trabalhar e dar largas à liberdade artística. Então inicia-se o processo de criação artística, em que se elabora o conceito do jogo, que é uma actividade puramente original e artística, em que o autor tem o seu punho pessoal a trabalhar. O conceito, digamos, passa por argumento, ideias bases e sistema de interface, tudo rasoavelmente original e inovador. Depois começa outro tipo de arte, se assim lhe quizermos chamar, que é a execução do conceito inicial, com todo o trabalho de programação e essas coisas todas. No fim temos o jogo, que se distingue como arte, não só pelas partes que o constituiram e pelas fases e características da sua produção, como pela junção dessas características várias que, por si só, já é original.Maedhros Escreveu:Tu propões que se distinga arte, através de um processo impossível de realizar. Eu desafio-te a aplicar o teu raciocínio, por exemplo, a um jogo que consideres arte. E verás que não chegarás a nenhuma conclusão racional e objectiva sobre que partes integrantes do mesmo, são ou não influenciadas ou condicionadas. Quanto mais não seja porque no limite, são todas!
Digamos: pegar em várias partes de outros jogos e junta-las é arte, não pelas partes em si, pois não são inventadas, por assim dizer, pelo que as junta, mas são sim juntas de uma determinada maneira, e é essa junção que, neste exemplo, constitui a arte da peça.
Foi o que tentei fazerMaedhros Escreveu:Sinceramente, não consigo conceber como é que "se distinguir com relativa facilidade as partes de "livre expressão" das partes "influenciadas"" numa obra de arte. Tens que me mostrar.