É interessante ver a vossa discussão sobre os vários estilos de cinema e as suas nacionalidades, permitem-me que expresse alguns pontos (eu sei que é off-topic, mas se fizerem um paralelismo com os jogos, verão o o que quero transmitir):
1. O cinema nacional português carece de facto de uma comecialização eficaz. Devido à falta de massa crítica para a criação de um mercado interno, a existência de produtoras independentes do estado passa despercebida, levando a um total controlo qualitativo por parte do ICAM. Resultado: o cinema português é (em geral) reduzido a 2 extremos: Os de um cinema artístico mais pretensioso e "intelectual" que vinga na europa ("Alice", filme belíssimo mas sem qualquer apelo comercial) e os do cinema mais comercial e básico, que tende a viver de algum escândalo, mas que vinga em Portugal ("Crime do Padre Amaro", salganhada de cenas de eróticas, sem qualquer relação com a obra prima de Eça).
É um problema grave não haver meios termos que expandam o público interno e externo. E mais grave é também, que realizadores como Vasconcellos, que conseguiu um bom meio termo em "Os Imortais", sejam renegados a simples comentadores de desporto, por não obterem patrocínios para filmes.
2. O cinema americano não se reduz a Hollywood. Tem várias vertentes, correntes e estilos, e por isso é que é considerado o cinema mais maturo e polivalente. Quer se goste de cinema independente, artístico ou comercial, existem belos exemplos no cinema americano.
3. O cinema europeu apresenta muitos dos problemas de Portugal. Forte em obras de cariz mais intelectual e artístico, tem pouca diversidade no campo comercial e por isso tende a falhar nos êxitos de bilheteira, mas a receber louvoures da comunidade crítica.
4. Bollywood é um género próprio. Aconselho a todos a verem pelo menos um filme indiano, se o fizerem conhecerão quase todos
Feitos a pensar em longas matinés familiares (duram em geral três ou mais horas), são um festival kitch de dança, cor, boa disposição e romances trágicos tipo telenovela, que é capaz de fazer qualquer um rir-se sem parar. Não é o melhor cinema que anda por aí, mas é divertido (na minha opinião).
5. O cinema asiático (japão, coreia, china) é dos que atrai mais atenção neste momento, sobretudo por conseguir aquele meio termo precioso entre arte e entretenimento, e por estar a ter uma expansão enorme nos seus mercados internos e externos. É verdadeiramente impressionante a qualidade de alguns títulos orientais que têm saído nos últimos anos...
E o cinema asiático é também responsável pelo renascimento do terror americano (embora os remakes de filmes asiáticos de Hollywood parecerem querer matá-lo), e por um novo fluxo de criatividade no cinema independente americano e no cinema europeu.
Concluindo: Já repararam na diversidade que existe no cinema, por todo o globo? E eu referi-me apenas em termos genéricos, imaginem se fosse cavar mais fundo, analisando país a país, estilo a estilo, filme a filme.
O cinema mundial é profundamente eclético e muito abrangente. Serão os jogos assim? Lembrem-se que em geral só existem dois grandes produtores de jogos no mundo: EUA e Japão. Serão suficientes?