Boa noite a todos(as), (se existirem "as" a lerem-nos)!
Aqui vai uma opinião de uma mulher, simplesmente baseada no que li nos vossos primeiros posts e no que realmente acho do assunto.
Cá em casa o mundo dos videojogos sempre esteve presente, desde as consolas piratas que imitavam os cartuchos do Spectrum, até ao Game Boy/Game Gear (ainda os tenho), depois a coisa parou porque a malta não gostava muito de consolas que se ligassem a TV, e visto que ainda não havia possibilidade para adquirir uma, além do mais a TV cá em casa era para a família, embirrava-se com a TV, enfim, passámos ao PC e por aí em diante. O PC como consola por excelência.
Os elementos femininos da família batiam horas a jogar durante tardes inteiras, algumas noites, até chegarmos ao fim dos respectivos jogos. Um dos nossos membros manteve-se ligada ao Game Boy por muitos e muitos anos acabando os jogos que eu até nem cheguei a acabar. Eu acabava uns, ela acabava outros, era a minha Mãe, claro. O meu Pai incutiu-me o gosto pelo Pinball (quantas horas passava ele em frente àquela máquina arcade...).
Não sei se é de família ou não, mas o meu primo e tio tambem jogavam imenso. E foi com eles que conheci as consolas que se ligavam a TV como a Sega Saturn, a Super Nintendo, a PS1, as consolas dessa geração e da seguinte, no fundo.
A situação extra-familiar em relação aos jogos nunca foi boa. Antigamente os jogos eram algo de elite, não havia dinheiro por isso a malta não jogava. Só algumas sortudas na pré-adolescencia tinham a possibilidade de comprar um Spectrum novinho com joguinhos e tudo e depois um Amiga (tu sabes quem és!!).
Concordo com algumas opiniões da vossa parte sobre a futilidade das miúdas. Até hoje estive a conversar sobre isso com uma pessoa. Irrita-me essa questão das roupas e calçado. Claro que não ando nua nem descalça na rua, mas também prefiro comprar um jogo ou um livro a comprar um par de calças. Se puder comprar os dois, melhor! Acho que pura e simplesmente, sendo homem ou mulher, cada pessoa tem as suas prioridades. Mas também concordo que homem e mulher são diferentes e a maioria das raparigas não são, de todo, como a maioria dos rapazes (ainda bem). Claro que há excepções, mas acredito que a partir de uma certa idade os videojogos começem a desinteressar às raparigas. Preocupam-se mais com o seu corpo, a sua sexualidade, a sua aparência, as suas relações sociais, as relações familiares, etc, até chegarem a praticar outros hobbies que não contemplam os jogos.
E depois há a questão da indiscutível pressão masculina nesta área. As raparigas intimidam-se porque vêem que os rapazes podem gozá-las por também partilharem de um passatempo em que eles sao os reis e senhores. Eles, muitas vezes, têm o preconceito de que a rapariga joga tão bem no PC ou na consola como joga bem futebol ou ao berlinde. Muito no geral, por fim podem acontecer duas coisas: ou elas acabam por esquecer os jogos porque deixaram de fazer parte da sua evolução pessoal, ou continuam a jogar e não dizem nada a ninguém!
Ou uma ou outra coisa, os preconceitos de quem não compreende este passatempo (que depois até acaba por ser mais que isso) são grandes e eu não ando para aí a partilhar com as minhas conhecidas que jogo cenas no PC e que até leio revistas e participo em fóruns sobre o tema. Com as amigas partilha-se, mas essas são mais neutrais.
A única que partilhou imensas novidades comigo e com quem vou partilhando conhecimentos mútuos foi aquela que teve um Spectrum e um Amiga que, para minha infelicidade, nunca cheguei a ter em casa (sua velhaca!).
Por isso rapazes, não desesperem, elas andam aí!