A evolução dos jogadores e da indústria
Moderador: Redacção
A evolução dos jogadores e da indústria
Bom, hoje deitei as mãos a uma velha Mega Force que tinha perdida aqui para casa.
Estive a dar uma olhadela pela revista: a ver a publicidade, as críticas, o correio do leitor, etc.
Tudo isto deixou-me a pensar no quanto a indústria e os jogadores evoluíram nestes últimos anos.
A revista tem aproximadamente 10 anos. Saiu em Outubro de 1994...
O que mudou em 10 anos?
Bom, gostaria de começar pela primeira página da revista, onde vi um anúncio ao Super Street Figher II.
Aqui está uma fotografia do anúncio em questão:
http://img.villagephotos.com/p/2004-8/799942/ssf2.JPG
Apesar de na caixa cinzenta na parte de baixo serem referidas algumas das características do jogo (como o facto de ter novos golpes, 16 lutadores (com quatro novos) e opcção de combate por equipas) é óbvio que o chamariz neste jogo são os 40 mega de pura acção (também referidos na caixa cinzenta como 40 megas de poder).
Nessa altura, lembro-me que era uma coisa que nos atraía muito a atenção... Mas hoje em dia, as coisas são diferentes. Estamos mais atentos a certas características do jogo como modos de jogo, inteligência artificial, enredo, etc.
Porém, há dez anos, os "40 mega de pura acção" (ou os "40 megas de poder" referidos abaixo) faziam-nos ficar completamente fixados na compra do jogo, mesmo apesar do facto da maioria de nós nem sequer saber que raio eram 1 mega, o que é que aqueles 40 megas estavam ali a fazer nem para que é que serviam...
Passando à frente, comecei a dar uma olhadela às críticas já à espera de encontrar uma certa parcialidade... O jogo com nota mais baixa nesta edição teve 84%... Mas as notas do jogo são discutíveis.
A parte da revista onde se nota a parcialidade existente é no "Especial Mega-Drive 32X" e numa carta do correio do leitor da qual falarei mais à frente.
Bom, a revista fala do 32X como se fosse o regresso de Cristo à Terra... Compara-o com um 486DX2 com menos 200 contos no preço, centra-se somente nas várias inovações que a Sega fez no passado e chega mesmo a dizer que com o MegaCD a Sega se antecipou à Nintendo no domínio dos jogos CD-ROM e refere-se ao 32X como um "remate em beleza" a ser introduzido no mercado dos videojogos... Bom, não vale a pena dizer-vos onde é que isto foi dar, pois não?
Finalmente, a secção do correio do leitor é o que era o habitual na altura: perguntas sobre se o jogo A já saiu, pedir um truque ou dois para o jogo B e pouco mais.
Porém, houve um leitor que fez uma pergunta muito pertinente: "Será que a Sega vai ser ultrapassada? Ouvem-se rumores de que a concorrência está a preparar consolas superpotentes."
A resposta, obviamente, foi "ligeiramente" parcial: "Não ligues aos boatos! A Sega sempre foi inovadora e não é agora que vai mudar. Aliás, se leres a reportagem sobre a Saturn na revista nº 14 verás que não é a Sega que está a perder terreno..."
E todos vós conhecem a história do que aconteceu à Saturn e no que isso resultou uns anos mais tarde...
Essencialmente, ler esta revista antiga ajudou a por certas coisas em perspectiva... A indústria cresceu bastante, os media mudaram e os jogadores deixaram de ter um papel (tão) passivo no meio.
Hoje, é comum vermos jogadores a refilar, debater e criticar coisas da indústria em revistas, fórums e, mais importante, directamente com os programadores e designers em fóruns das produtoras... E a maior diferença é que agora a maioria de nós sabe do que fala.
Dos 40 megas que ninguém sabia exactamente o que faziam há dez anos atrás aos bump-mappings, vertex e pixel shaders, motores físicos dos nossos dias... Do jogador passivo e tecnologicamente analfabeto ao jogador activo e crítico...
O meio mudou ao longo destes dez anos e nós mudamos junto com ele.
O que nos esperará no futuro? E o que é que se perdeu nas brumas do passado?
Estive a dar uma olhadela pela revista: a ver a publicidade, as críticas, o correio do leitor, etc.
Tudo isto deixou-me a pensar no quanto a indústria e os jogadores evoluíram nestes últimos anos.
A revista tem aproximadamente 10 anos. Saiu em Outubro de 1994...
O que mudou em 10 anos?
Bom, gostaria de começar pela primeira página da revista, onde vi um anúncio ao Super Street Figher II.
Aqui está uma fotografia do anúncio em questão:
http://img.villagephotos.com/p/2004-8/799942/ssf2.JPG
Apesar de na caixa cinzenta na parte de baixo serem referidas algumas das características do jogo (como o facto de ter novos golpes, 16 lutadores (com quatro novos) e opcção de combate por equipas) é óbvio que o chamariz neste jogo são os 40 mega de pura acção (também referidos na caixa cinzenta como 40 megas de poder).
Nessa altura, lembro-me que era uma coisa que nos atraía muito a atenção... Mas hoje em dia, as coisas são diferentes. Estamos mais atentos a certas características do jogo como modos de jogo, inteligência artificial, enredo, etc.
Porém, há dez anos, os "40 mega de pura acção" (ou os "40 megas de poder" referidos abaixo) faziam-nos ficar completamente fixados na compra do jogo, mesmo apesar do facto da maioria de nós nem sequer saber que raio eram 1 mega, o que é que aqueles 40 megas estavam ali a fazer nem para que é que serviam...
Passando à frente, comecei a dar uma olhadela às críticas já à espera de encontrar uma certa parcialidade... O jogo com nota mais baixa nesta edição teve 84%... Mas as notas do jogo são discutíveis.
A parte da revista onde se nota a parcialidade existente é no "Especial Mega-Drive 32X" e numa carta do correio do leitor da qual falarei mais à frente.
Bom, a revista fala do 32X como se fosse o regresso de Cristo à Terra... Compara-o com um 486DX2 com menos 200 contos no preço, centra-se somente nas várias inovações que a Sega fez no passado e chega mesmo a dizer que com o MegaCD a Sega se antecipou à Nintendo no domínio dos jogos CD-ROM e refere-se ao 32X como um "remate em beleza" a ser introduzido no mercado dos videojogos... Bom, não vale a pena dizer-vos onde é que isto foi dar, pois não?
Finalmente, a secção do correio do leitor é o que era o habitual na altura: perguntas sobre se o jogo A já saiu, pedir um truque ou dois para o jogo B e pouco mais.
Porém, houve um leitor que fez uma pergunta muito pertinente: "Será que a Sega vai ser ultrapassada? Ouvem-se rumores de que a concorrência está a preparar consolas superpotentes."
A resposta, obviamente, foi "ligeiramente" parcial: "Não ligues aos boatos! A Sega sempre foi inovadora e não é agora que vai mudar. Aliás, se leres a reportagem sobre a Saturn na revista nº 14 verás que não é a Sega que está a perder terreno..."
E todos vós conhecem a história do que aconteceu à Saturn e no que isso resultou uns anos mais tarde...
Essencialmente, ler esta revista antiga ajudou a por certas coisas em perspectiva... A indústria cresceu bastante, os media mudaram e os jogadores deixaram de ter um papel (tão) passivo no meio.
Hoje, é comum vermos jogadores a refilar, debater e criticar coisas da indústria em revistas, fórums e, mais importante, directamente com os programadores e designers em fóruns das produtoras... E a maior diferença é que agora a maioria de nós sabe do que fala.
Dos 40 megas que ninguém sabia exactamente o que faziam há dez anos atrás aos bump-mappings, vertex e pixel shaders, motores físicos dos nossos dias... Do jogador passivo e tecnologicamente analfabeto ao jogador activo e crítico...
O meio mudou ao longo destes dez anos e nós mudamos junto com ele.
O que nos esperará no futuro? E o que é que se perdeu nas brumas do passado?
- DaRk_4n6eL
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RE: A evolução dos jogadores e da indústria
COmeçei agora a ler, mas Mega Force? Não é Mega Score? Eu já edito e dou-te comentarios sobre isto ..
[EDIT]
Afinal não tenho nada para comentar ...
[EDIT]
Afinal não tenho nada para comentar ...
Última edição por DaRk_4n6eL em domingo 05 set 2004, 14:52, editado 1 vez no total.
- SuperMocho84
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RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Acho que a Mega Force a que ele se refere era a revista oficial da Sega.DaRk_4n6eL - 5/9/2004 3:49 PM
COmeçei agora a ler, mas Mega Force? Não é Mega Score? Eu já edito e dou-te comentarios sobre isto ..
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Yup, exactamenteMocho - 5/9/2004 3:51 PM
Acho que a Mega Force a que ele se refere era a revista oficial da Sega.DaRk_4n6eL - 5/9/2004 3:49 PM
COmeçei agora a ler, mas Mega Force? Não é Mega Score? Eu já edito e dou-te comentarios sobre isto ..
- PeddieKitsune
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RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Bom tópico... Gostei foi do jornalista dizer que a Sega nunca "cairia"... Talvez tenha dito isso por ser de uma revista oficial da Sega, mas pronto.
Realmente os jogadores estão muito mais exigentes, quer por eles próprios terem evoluído, quer pela própria indústria ter evoluído. Lembro-me que quando era pequeno dizia ao meu pai "Compra-me um jogo". Nem especificava, só queria um jogo qualquer. Agora não me atreveria a comprar o jogo julgando-o só pela capa, como outrora fazia. É claro que isto só pode ser de benefício para a indústria, vai-se evoluir mais rápido e melhor. Talvez haja um único problema, pode tornar-se uma indústria muito mainstream, por querer agora satisfazer um maior número de jogadores cada vez mais informados.
Realmente os jogadores estão muito mais exigentes, quer por eles próprios terem evoluído, quer pela própria indústria ter evoluído. Lembro-me que quando era pequeno dizia ao meu pai "Compra-me um jogo". Nem especificava, só queria um jogo qualquer. Agora não me atreveria a comprar o jogo julgando-o só pela capa, como outrora fazia. É claro que isto só pode ser de benefício para a indústria, vai-se evoluir mais rápido e melhor. Talvez haja um único problema, pode tornar-se uma indústria muito mainstream, por querer agora satisfazer um maior número de jogadores cada vez mais informados.
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Bem a resposta vai sair um pouco torta, porque o teu post foi tao completo que ainda estou à nora.
Trocanda a ordem às perguntas, e tomando uma ordem cronológica... no passado penso que se perderam conceitos que podiam ser brilhantes no seu tempo (como o jogo em rede da SNES, ou disco rigido da N64) e jogos brilhantes que foram perdidos por falta de marketing, ou porque haviam jogos não muito melhores, mas que podiam ofusca-los naquela altura.
O futuro apenas reserva o que nós queiramos. Os jogos são uma das areas que são apenas a nossa imaginação nos limita. Os jogos vão ter uma evolução gráfica obvia, mas não tão acentuada como nos ultimos 2 anos. Penso que os jogos vão estancar de certo modo nas suas proporções "Hollywoodescas". Ficaram mais indie, nas linhas de um S.T.A.L.K.E.R. ou de um PainKiller. Acho também que vão deixar de er só, mais bonitos e mais rápidos, mas vão tentar ter novos tipos de jogabilidade, e quem sabe novas apróximações a velhos conceitos.
Trocanda a ordem às perguntas, e tomando uma ordem cronológica... no passado penso que se perderam conceitos que podiam ser brilhantes no seu tempo (como o jogo em rede da SNES, ou disco rigido da N64) e jogos brilhantes que foram perdidos por falta de marketing, ou porque haviam jogos não muito melhores, mas que podiam ofusca-los naquela altura.
O futuro apenas reserva o que nós queiramos. Os jogos são uma das areas que são apenas a nossa imaginação nos limita. Os jogos vão ter uma evolução gráfica obvia, mas não tão acentuada como nos ultimos 2 anos. Penso que os jogos vão estancar de certo modo nas suas proporções "Hollywoodescas". Ficaram mais indie, nas linhas de um S.T.A.L.K.E.R. ou de um PainKiller. Acho também que vão deixar de er só, mais bonitos e mais rápidos, mas vão tentar ter novos tipos de jogabilidade, e quem sabe novas apróximações a velhos conceitos.
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Creio que essa tendência (relativamente nova, pelo menos no que toca ao comercialmente viável) dos jogos de vertente indie é o que vai combater a vertente mais mainstream da indústria.
Têm havido uma homogenização do mercado dos jogos ultimamente... Sequelas, spin-offs, rip-offs, remakes, etc. e muitos jogadores começam a criticar a falta de originalidade que começa a aparecer na indústria.
Aparece um modelo de jogo que tenha sucesso e é certo que vão aparecer mais uns tantos jogos a seguir esse mesmo modelo... Um bom exemplo disso foi a recente enchente de jogos baseados na 2ª Guerra Mundial.
Acredito que o grande problema aqui não seja uma falta de originalidade dos criadores mas sim o medo que as empresas têm de arriscar em algo que não consigam encaixar em moldes preexistentes, em parte porque as ideias originais têm tido alguns problemas de vendas (Rez, ICO, etc.)
Creio também que a evolução gráfica deve estar a aproximar-se de um período mais lento, no qual os membros da indústria se verão forçados a criar outros meios para atrair os compradores... Talvez aí tenhamos oportunidade de assistir a algumas revoluções na mecânica dos jogos e à aparição de ideias novas no mercado.
Têm havido uma homogenização do mercado dos jogos ultimamente... Sequelas, spin-offs, rip-offs, remakes, etc. e muitos jogadores começam a criticar a falta de originalidade que começa a aparecer na indústria.
Aparece um modelo de jogo que tenha sucesso e é certo que vão aparecer mais uns tantos jogos a seguir esse mesmo modelo... Um bom exemplo disso foi a recente enchente de jogos baseados na 2ª Guerra Mundial.
Acredito que o grande problema aqui não seja uma falta de originalidade dos criadores mas sim o medo que as empresas têm de arriscar em algo que não consigam encaixar em moldes preexistentes, em parte porque as ideias originais têm tido alguns problemas de vendas (Rez, ICO, etc.)
Creio também que a evolução gráfica deve estar a aproximar-se de um período mais lento, no qual os membros da indústria se verão forçados a criar outros meios para atrair os compradores... Talvez aí tenhamos oportunidade de assistir a algumas revoluções na mecânica dos jogos e à aparição de ideias novas no mercado.
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
É pah, não sei o que dizer... Mas ha 10 anos quem é que não sabia o que era o Street Fighter 2? Era o jogo que estava na moda nas casas das máquinas. A publicidade poderia passar bem sem o 40 megas de acção, ou poder que mesmo assim o ppl iria comprar o jogo.
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RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Realmente é caricata a forma como a Mega Force louvava a SEGA -- mas era uma revista oficial. Peguemos hoje numa revista oficial, e veremos que as coisas não mudaram tanto assim. Não toco numa reviesta oficial da PS2 há muito tempo, mas uma vez por outra dou uma olhada na da Xbox, e não é incomum ver uma ou outra "boca" dirigida à máquina da Sony. E, se um de nós enviasse um email a uma revista oficial Xbox, PS2 ou GameCube, a perguntar se a respectiva consola/marca alguma vez iria "cair", acreditam que a resposta seria diferente dessa que a Mega Force deu? Não muito...
Os próprios jogadores por vezes caiem nesses favoritismos. Há foruns equilibrados, certo, mas também há outros mais polarizados numa ou noutra direcção, e que, em maior ou menor escala, é notavél o favoritismo por esta ou aquela marca, e não é incomum fazerem-se posts tão ridiculos como essa afirmação que citaste, feita pela MF.
Mas sem duvida que é notávél que os jogadores estão mais cultos: o despertar e crescer das comunidades na Internet é simultâneamente a causa e a prova disso. Há, como sempre haverão, discussões e pontos de vista mais... obscuros... mas no geral, alguém que visite um fórum está sempre a aprender, e muitas vezes a ensinar, e isso é muito bom.
Outra coisa que aumentou nos jogadores foi a exigência: os jogos estão cada vez melhores, isso é inegável. Serão menos divertidos? Eu acho que isso é relativo. É sempre bom ver inovação (naturalmente quando aliada a diversão, o que nem sempre é o caso), mas um jogo que não é em nada inovador pode ser excepcionalmente divertido, por mérito da sua realização. O que se passa, penso eu, é que nós jogadores, especialmente os que jogam há mais tempo, estamos a ficar mal habituados. Assistimos há uns anos a um salto monstruoso na evolução da industria, e agora queremos saltos desses de 3 em 3 anos. É impossivél...
Os próprios jogadores por vezes caiem nesses favoritismos. Há foruns equilibrados, certo, mas também há outros mais polarizados numa ou noutra direcção, e que, em maior ou menor escala, é notavél o favoritismo por esta ou aquela marca, e não é incomum fazerem-se posts tão ridiculos como essa afirmação que citaste, feita pela MF.
Mas sem duvida que é notávél que os jogadores estão mais cultos: o despertar e crescer das comunidades na Internet é simultâneamente a causa e a prova disso. Há, como sempre haverão, discussões e pontos de vista mais... obscuros... mas no geral, alguém que visite um fórum está sempre a aprender, e muitas vezes a ensinar, e isso é muito bom.
Outra coisa que aumentou nos jogadores foi a exigência: os jogos estão cada vez melhores, isso é inegável. Serão menos divertidos? Eu acho que isso é relativo. É sempre bom ver inovação (naturalmente quando aliada a diversão, o que nem sempre é o caso), mas um jogo que não é em nada inovador pode ser excepcionalmente divertido, por mérito da sua realização. O que se passa, penso eu, é que nós jogadores, especialmente os que jogam há mais tempo, estamos a ficar mal habituados. Assistimos há uns anos a um salto monstruoso na evolução da industria, e agora queremos saltos desses de 3 em 3 anos. É impossivél...
http://www.ene3.com -- Um olhar alternativo sobre os videjogos em Portugal
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Acho que só há uma coisa:
disseste que os leitores evoluiram para activos e críticos...
Devias dizer "os leitores da MegaScore", porque se lerem a Secção do Correio da concorrência, vemos que não mudou muito... a pedir datas para jogos, a perguntar por sequelas, etc. nada de opiniões ou assim...
disseste que os leitores evoluiram para activos e críticos...
Devias dizer "os leitores da MegaScore", porque se lerem a Secção do Correio da concorrência, vemos que não mudou muito... a pedir datas para jogos, a perguntar por sequelas, etc. nada de opiniões ou assim...
[zEEr]
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Esses não são leitores... São ovelhas
Ok, se calhar estou a abusar (NCalvin, não me banas), mas é só uma piadita para meter outro assunto à baila.
Nós evoluímos de ovelhas (leia-se jogadores passivos) para pastores (leia-se jogadores activos). Mas até que ponto será isso bom?
É certo que é bom que sejamos mais críticos, mas há algumas situações em que isso pode ser mau. Veja-se o caso dos jogos online. Há sempre grupos de jogadores a queixarem-se que algo tem de ser mudado... E quanto há mudanças, aparece outros grupos: uns a dizer que antigamente é que era bom e outros a exigir ainda mais mudanças... Muitas vezes o jogo acaba por ser arruinado com tantas mudanças.
Quantas ideias boas não terão sido mandadas a baixo por este tipo de críticas? E, por outro lado, qual onde é que os developers devem traçar a linha sobre a qual não podemos passar? É que nem sempre aquilo que queremos é o melhor para nós.
Ok, se calhar estou a abusar (NCalvin, não me banas), mas é só uma piadita para meter outro assunto à baila.
Nós evoluímos de ovelhas (leia-se jogadores passivos) para pastores (leia-se jogadores activos). Mas até que ponto será isso bom?
É certo que é bom que sejamos mais críticos, mas há algumas situações em que isso pode ser mau. Veja-se o caso dos jogos online. Há sempre grupos de jogadores a queixarem-se que algo tem de ser mudado... E quanto há mudanças, aparece outros grupos: uns a dizer que antigamente é que era bom e outros a exigir ainda mais mudanças... Muitas vezes o jogo acaba por ser arruinado com tantas mudanças.
Quantas ideias boas não terão sido mandadas a baixo por este tipo de críticas? E, por outro lado, qual onde é que os developers devem traçar a linha sobre a qual não podemos passar? É que nem sempre aquilo que queremos é o melhor para nós.
- bravojohny
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RE: A evolução dos jogadores e da indústria
Em dez anos, a industria dos videojogos transformou-se por completo. Mas esta premissa era aplicável já há uma década, pois isto dos videojogos vem muito de trás, convém não esquecer. E muito provavelmente estaremos de hoje a uma dezena de anos a abrir um post no fórum, com mais tráfego, questionando e sentenciando o panorama das produções videojogáveis.
Acredito veêmente num futuro próspero, com melhores produções numa arte mais valorizada e ainda mais reconhecida e sobretudo respeitada. A movimentação e transferência de capitais tem sido abissal ( leia-se a bagatela de 39 milhões de euros dispendidos pela EA na aquisição da Criterion no editorial da MS deste mês - já parecem aquisições de jogadores de futebol de classe mundial ). Inevitavelmente as empresas com maiores capitais e lucros ditarão as regras e farão valer a sua superioridade. A comunidade estará renovadamente atenta exigindo cada vez mais melhores produções.
Recuando dez anos, ao mesmo tempo que recupero na memória as várias Mega Force que ainda conservo religiosamente, a diferença mais evidente passa pelo desenvolvimento dos videojogos. Em 1994 a Mega Drive fazia a delícia de muita gente e eu também não escapei. Streets of Rage, Shinobi, Golden Axe são jogos intemporais, marcadores de um período agitado. Mas novas consolas saltavam para o mercado com frequência deixando o jogador algo confuso e admirado com tanta máquina à venda. Foi também a a época do Game Boy monocromático. Os amigos meus foram comprando, eu também, e jogava-se muito Tetris com cabo Link. Uma vez comprei o F1 Race para fazermos corridas com quatro jogadores. Hoje são grandes recordações.
A Mega Force foi uma revista não independente. Limitava-se a descrever as recentes novidades para as consolas da Sega com uma tendência visivelmente parcial. Para um miúdo como eu as análises preenchiam o que queria saber. Nada de complexidade, tudo simples, o que era de sobra. Recordo particularmente um artigo que veio na número 1 ( oferecida na compra da Mega Drive) a explicar o desenvolvimento técnico de um jogo. Hoje, dou conta da forma redutora e básica com que o tema foi cuidado, sem alongamentos.
Mas nem só a Sega teve as suas publicações. Mesmo à frente do meu teclado está o número 1 da Club Nintendo (1994). Bem mais modesta que a Mega Force inclui apreciáveis textos sobre jogos para todas as plataformas da Nintendo na época. Mas esta revista não estava nas bancas. Só os sócios do clube Nintendo a recebiam por correio. Não se terá sido por falta de envio de mais cupões mas só tenho três números e vários autocolantes, sem uso, até hoje. Contudo é uma revista francamente inferior à Mega Force não descuidando a óbvia extrema valorização dos jogos Nintendo de então.
O ponto de viragem aconteceu com a Mega Score. A primeira grande revista, autónoma sobre videojogos. Outubro de 1995. Tinhamos na capa a Sega Saturn e Daytona. Joguei-o em espanha, nesse ano, ainda antes de conhecer a revista e fiquei pasmado com a bombástica qualidade. Creio que esta foi a época em que os media observaram com mais atenção a indústria. Tenho um recorte do jornal " O Público" que abarca a chegada da Sega Saturn a Portugal. Ao mesmo tempo na SIC começaram a transmitir o Templo do Jogos. Era irreversível, o futuro dos videojogos só podia ser promissor. E assim foi quando a Mega Score fez manchete da Playstation, creio que em Fevereiro de 1996.
De qualquer forma se compararmos os conteúdos das revistas Mega Score de 1995, 96, 97 com a de Setembro de 2004, as diferenças passam por tudo. Creio que assinalam o crescimento de uma comunidade, seja da forma como um jogo deve ser encarado ao mesmo tempo que a crítica foi-se especializando.
Dessa forma, os leitores/jogadores desenvolveram naturalmente a concepção sobre a indústria e estão hoje mais atentos.
Tudo evoluiu de uma forma natural, espontânea e acelerada pelas necessidades comerciais das empresas e pelo interesse dos jogadores.
Dentro de dez anos cá nos encontramos.
Acredito veêmente num futuro próspero, com melhores produções numa arte mais valorizada e ainda mais reconhecida e sobretudo respeitada. A movimentação e transferência de capitais tem sido abissal ( leia-se a bagatela de 39 milhões de euros dispendidos pela EA na aquisição da Criterion no editorial da MS deste mês - já parecem aquisições de jogadores de futebol de classe mundial ). Inevitavelmente as empresas com maiores capitais e lucros ditarão as regras e farão valer a sua superioridade. A comunidade estará renovadamente atenta exigindo cada vez mais melhores produções.
Recuando dez anos, ao mesmo tempo que recupero na memória as várias Mega Force que ainda conservo religiosamente, a diferença mais evidente passa pelo desenvolvimento dos videojogos. Em 1994 a Mega Drive fazia a delícia de muita gente e eu também não escapei. Streets of Rage, Shinobi, Golden Axe são jogos intemporais, marcadores de um período agitado. Mas novas consolas saltavam para o mercado com frequência deixando o jogador algo confuso e admirado com tanta máquina à venda. Foi também a a época do Game Boy monocromático. Os amigos meus foram comprando, eu também, e jogava-se muito Tetris com cabo Link. Uma vez comprei o F1 Race para fazermos corridas com quatro jogadores. Hoje são grandes recordações.
A Mega Force foi uma revista não independente. Limitava-se a descrever as recentes novidades para as consolas da Sega com uma tendência visivelmente parcial. Para um miúdo como eu as análises preenchiam o que queria saber. Nada de complexidade, tudo simples, o que era de sobra. Recordo particularmente um artigo que veio na número 1 ( oferecida na compra da Mega Drive) a explicar o desenvolvimento técnico de um jogo. Hoje, dou conta da forma redutora e básica com que o tema foi cuidado, sem alongamentos.
Mas nem só a Sega teve as suas publicações. Mesmo à frente do meu teclado está o número 1 da Club Nintendo (1994). Bem mais modesta que a Mega Force inclui apreciáveis textos sobre jogos para todas as plataformas da Nintendo na época. Mas esta revista não estava nas bancas. Só os sócios do clube Nintendo a recebiam por correio. Não se terá sido por falta de envio de mais cupões mas só tenho três números e vários autocolantes, sem uso, até hoje. Contudo é uma revista francamente inferior à Mega Force não descuidando a óbvia extrema valorização dos jogos Nintendo de então.
O ponto de viragem aconteceu com a Mega Score. A primeira grande revista, autónoma sobre videojogos. Outubro de 1995. Tinhamos na capa a Sega Saturn e Daytona. Joguei-o em espanha, nesse ano, ainda antes de conhecer a revista e fiquei pasmado com a bombástica qualidade. Creio que esta foi a época em que os media observaram com mais atenção a indústria. Tenho um recorte do jornal " O Público" que abarca a chegada da Sega Saturn a Portugal. Ao mesmo tempo na SIC começaram a transmitir o Templo do Jogos. Era irreversível, o futuro dos videojogos só podia ser promissor. E assim foi quando a Mega Score fez manchete da Playstation, creio que em Fevereiro de 1996.
De qualquer forma se compararmos os conteúdos das revistas Mega Score de 1995, 96, 97 com a de Setembro de 2004, as diferenças passam por tudo. Creio que assinalam o crescimento de uma comunidade, seja da forma como um jogo deve ser encarado ao mesmo tempo que a crítica foi-se especializando.
Dessa forma, os leitores/jogadores desenvolveram naturalmente a concepção sobre a indústria e estão hoje mais atentos.
Tudo evoluiu de uma forma natural, espontânea e acelerada pelas necessidades comerciais das empresas e pelo interesse dos jogadores.
Dentro de dez anos cá nos encontramos.
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
E não se esqueçam de que os "novatos" de há dez anos atrás são os "experts" de hoje, quanto mais não seja porque, pelo menos, há dez anos que jogam, há dez anos que se informam, enfim, os jogadores foram acompanhando o crescimento e maturação da indústria dos videojogos. Da mesma forma, os jogadores em massa e desinformados de hoje, nascidos com o advento da Playstation, são akilo k nós próprios já fomos há uma década! Se tudo correr bem, daki a dez anos, tb eles serão mais críticos, mais conhecedores e os jogadores hardcore de hoje serão (seremos ) os mestres de amanhã! E mesmo se compararem o k foi e o k é a MegaScore, imaginem tb o k a nossa revista não será no futuro. Todos acabamos por crescer, o k acontece é k uns começaram a crescer antes dos outros...
Ricardo Rocha
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
E nós, como pastores, temos o direito de guiar as ovelhas com os nossos cajados.Nulmas - 6/9/2004 11:00 PM
Esses não são leitores... São ovelhas
Ok, se calhar estou a abusar (NCalvin, não me banas), mas é só uma piadita para meter outro assunto à baila.
Nós evoluímos de ovelhas (leia-se jogadores passivos) para pastores (leia-se jogadores activos). Mas até que ponto será isso bom?
É certo que é bom que sejamos mais críticos, mas há algumas situações em que isso pode ser mau. Veja-se o caso dos jogos online. Há sempre grupos de jogadores a queixarem-se que algo tem de ser mudado... E quanto há mudanças, aparece outros grupos: uns a dizer que antigamente é que era bom e outros a exigir ainda mais mudanças... Muitas vezes o jogo acaba por ser arruinado com tantas mudanças.
Quantas ideias boas não terão sido mandadas a baixo por este tipo de críticas? E, por outro lado, qual onde é que os developers devem traçar a linha sobre a qual não podemos passar? É que nem sempre aquilo que queremos é o melhor para nós.
[zEEr]
RE: A evolução dos jogadores e da indústria
n sei s passamos d passivos pra activos ou n... o k sei é k nenhum jogo ns ultimos anos m fez divertir tanto km antes o monkey island 1 e 2 ou km até o theme hospital fizeram!
Uma grande jogos hj em dia são bons em quase tds os seus aspectos técnicos e mts vezes até ns outros, ms parece k perderam o charme! - será sentimento d nostalgia apenas? é um bocado km os filmes d james bond - hj podem ter mt mais efeitos especiais e product placement ms kem poderá dizer k o pierce brosnan tem mais charme k o sean connery n mm papel!
Pessoalmente th mm saudade é d jogos k sentido d humor, ms n sua história mm, e n só n look ds personagens e afim! até os ultimos monkey island já n tinham a piada ds primeiros, axo k poucas coisas m fizeram rir tanto km o 2º desta série! - Guybrush Threpwood pra 1º ministro!
Será k o problema é só a originalidade? afinal um filme n precisa d ter um tema original pra ser um bom filme, apenas dum bom enredo, boas interpretações e boa realização. Será k num jogo é assim tão diferente? será que o problema poderá estar n desequilibrio n produção d alguns jogos, k n conseguem agarrar-ns enquanto jogadores!
Uma grande jogos hj em dia são bons em quase tds os seus aspectos técnicos e mts vezes até ns outros, ms parece k perderam o charme! - será sentimento d nostalgia apenas? é um bocado km os filmes d james bond - hj podem ter mt mais efeitos especiais e product placement ms kem poderá dizer k o pierce brosnan tem mais charme k o sean connery n mm papel!
Pessoalmente th mm saudade é d jogos k sentido d humor, ms n sua história mm, e n só n look ds personagens e afim! até os ultimos monkey island já n tinham a piada ds primeiros, axo k poucas coisas m fizeram rir tanto km o 2º desta série! - Guybrush Threpwood pra 1º ministro!
Será k o problema é só a originalidade? afinal um filme n precisa d ter um tema original pra ser um bom filme, apenas dum bom enredo, boas interpretações e boa realização. Será k num jogo é assim tão diferente? será que o problema poderá estar n desequilibrio n produção d alguns jogos, k n conseguem agarrar-ns enquanto jogadores!
Última edição por paquito em sexta 10 set 2004, 2:53, editado 1 vez no total.