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Mensagem por GBrito » quarta 22 fev 2006, 23:21

O Final Fantasy VIII, para alem de ser o meu FF favorito, é, para mim, um dos melhores jogos de todos os tempos.

Se jogado com um guia de "segredos" demora o dobro do tempo a acabar, e ainda é uma experiencia ainda mais gratificante.

Simplesmente genial.
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Mensagem por Morbus » quinta 23 fev 2006, 0:07

Maedhros Escreveu:Atenção que não estou a comparar os jogos, apenas esse aspecto de ambos.
Tal como eu estava. Nunca joguei FF mas sei que tem uma história excelente. Estava a comparar aspectos... Mas imagina lá se essa história excelente fosse passada successfully para um modo KOTOR? Claro que alterava o estilo de jogo (sem dúvida) mas não será que ia ficar ainda mais emotiva? Eu não sei porque não conheço a história, mas devo dizer que estou à procura afincadamente (sort of...) do FFVII :wink:
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Eu digo mal de jogos que nunca joguei e dos quais não conheço nada. - foi o Bu77erCup242 que me disse
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Mensagem por Maedhros » quinta 23 fev 2006, 0:21

GBrito Escreveu:O Final Fantasy VIII, para alem de ser o meu FF favorito, é, para mim, um dos melhores jogos de todos os tempos.

Se jogado com um guia de "segredos" demora o dobro do tempo a acabar, e ainda é uma experiencia ainda mais gratificante.

Simplesmente genial.
Assino por baixo. Ao contrário do que é mais comum, eu considero o FVIII muito superior ao VII (e a qualquer um dos outros).

Em termos de argumento, tem uma narrativa muito adulta em termos de relações humanas, capaz de emocionar qualquer um, com personagens vivas, antagónicas e multifacetadas. Apesar de o background narrativo de FFVIII sofrer de uma certa simplicidade (a demanda principal resume-se à destruição de uma bruxa que quer destruir o tempo), o facto é que a narrativa vive sobretudo das relações interpessoais das personagens, muito bem desnvolvidas, longe dos banalismos e clichés que costumam habitar em rpg's orientais (e ocidentais).

O aspecto visual de FFVIII, é tão profundo como as suas personagens. Gráficos e FMV's luxuosos, aliados a uma linha estética consistente e visualmente muito apelativa, ajudavam a criar um universo de FC e fantasia detalhado, brilhante e verdadeiramente... fantástico. É difícil não parar para olhar para os deliciosos pormenores de luz, animação, arquitectura, design de níveis, etc. Juntando a isso, uma das melhores bandas sonoras de Nobuo Uematsu, mítico criador das bso's da série, e obtemos um dos ambientes de jogo mais emotivos e belos alguma vez criados.

É claro, nem tudo em FFVIII é perfeito, sobretudo quando olhamos para as partes interactivas do jogo. Apesar do sistema de combate arrojado (ah... draw magic), a verdade é que lhe falta o equilíbrio das outras implementações da saga. As magias de invocação, uma das imagens de marca da série, são aqui sobrevalorizadas, tornando-se a saída mais fácil e rápida de qualquer combate. Assim, todas as outras habilidades são renegadas para segundo plano, tornando o combate um pouco monótono e simplista. Apesar disso, graças às maravilhosas animações de jogo, este aspecto não cansa o jogador, pelo menos numa primeira passagem pelo jogo.

É, sem dúvida alguma, um dos grandes marcos no universo dos rpg's e dos jogos em geral. O seu maior pecado, é, muito possivelmente, o de ter saído depois de FFVII, cuja revolução videojogável, marcou de tal forma a comunidade dos jogadores com a sua narrativa épica, que não deixou espaço para uma avaliação objectiva do jogo. Um clássico, e essencial para perceber o porquê dos rpg's orientais mexerem os corações de todo o mundo.
Última edição por Maedhros em quinta 23 fev 2006, 2:44, editado 1 vez no total.
"Olive: Grandpa, am I pretty?
Grandpa: You are the most beautiful girl in the world.
Olive: You're just saying that.
Grandpa: No! I'm madly in love with you and it's not because of your brains or your personality. " in Little Miss Sunshine

A ver: "Little Miss Sunshine" de Jonathan Dayton e Valerie Faris
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Mensagem por Maedhros » quinta 23 fev 2006, 0:35

Morbus Escreveu:
Maedhros Escreveu:Atenção que não estou a comparar os jogos, apenas esse aspecto de ambos.
Tal como eu estava. Nunca joguei FF mas sei que tem uma história excelente. Estava a comparar aspectos... Mas imagina lá se essa história excelente fosse passada successfully para um modo KOTOR? Claro que alterava o estilo de jogo (sem dúvida) mas não será que ia ficar ainda mais emotiva? Eu não sei porque não conheço a história, mas devo dizer que estou à procura afincadamente (sort of...) do FFVII :wink:
E não, não é possível passar uma história estilo FF VIII para um estilo de jogo tipo KOTOR. O motivo é simples, uma narrativa para ser avassaladora, muito emotiva e que deixe uma marca idêntica à de um filme, requer um pré-requesito que um jogo open-ended não permite. Requer personagens principais consistentes e muito bem delineadas, capazes de emocionar por completo o jogador; como em KOTOR a personagem é aquilo que nós quisermos, isso não é possível, por muito bem escritas que sejam as opções.

Nos Kotor, pelo menos na minha opinião, a personagem menos interessante é o jogador, que na minha mente nunca passa de um fantasma mudo, cujos pensamentos me ecoam na mente. É um reflexo do jogador, logo, não tem as características emocionais que podem fazer um jogador se espantar e relacionar com as suas acções, reacções, fraquezas, forças, etc. Pensem um pouco, nos Kotor's lembram-se mais emotivamente de quem? Do jogador, ou da Bastilla e Kreia? Reparem que Bastilla e Kreia são personagens desenvolvidas de uma forma idêntica ao dos rpg's orientais, ou seja, muito bem delineadas e com apenas algumas variações.

Sinceramente, acho que já vais tarde para jogar o VII, é um jogo muito marcado pela época em que saiu, e cujo argumento é mais facilmente apreciado pelos mais jovens. No entanto, aconselho-te vivamente a comprar o VIII, que podes facilmente arranjar para ps no miau.pt. Como me pareces um jovem com um grande coração, acho que irias apreciar muito.
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Mensagem por Morbus » quinta 23 fev 2006, 0:46

Como disse, não conheço quase nada da história de FF, mas imagino que não possa ser transformada num estilo KOTOR. Mas acredito sinceramente que, em breve, os programadores e argumentistas de jogos vão conseguir criar obrar ainda mais emotivas que os filmes. Talvez não o tenham feito com o KOTOR (não o fizeram, com certeza) mas acredito que o virão a fazer, e não vai ser com narrativas à la FF, mas sim com narrativas à la KOTOR. Afinal de contas, quando é que a eoção é mais forte? Quando vêm um gaijo a ser traido por um amigo ou quando são vocês mesmos traidos? Esta analogia só se torna válida, no entanto, se tivermos à disposição uma excelente Inteligência Artificial, capaz de realmente "iludir"o jogador e de o emergir totalmente na realidade do jogo. Narrativas como FF, por mais boas que sejam (e são-no, com certeza), nunca irão ultrapassar as narrativas dos filmes, porque seguem-nas nas suas bases fundamentais. Agora narrativas como a de KOTOR, embora seja difícil de ultrapassar as dos filmes, têem esse potencial, e é nesse potencial que eu acredito.
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Mensagem por Maedhros » quinta 23 fev 2006, 1:05

Morbus Escreveu:Como disse, não conheço quase nada da história de FF, mas imagino que não possa ser transformada num estilo KOTOR. Mas acredito sinceramente que, em breve, os programadores e argumentistas de jogos vão conseguir criar obrar ainda mais emotivas que os filmes. Talvez não o tenham feito com o KOTOR (não o fizeram, com certeza) mas acredito que o virão a fazer, e não vai ser com narrativas à la FF, mas sim com narrativas à la KOTOR. Afinal de contas, quando é que a eoção é mais forte? Quando vêm um gaijo a ser traido por um amigo ou quando são vocês mesmos traidos? Esta analogia só se torna válida, no entanto, se tivermos à disposição uma excelente Inteligência Artificial, capaz de realmente "iludir"o jogador e de o emergir totalmente na realidade do jogo. Narrativas como FF, por mais boas que sejam (e são-no, com certeza), nunca irão ultrapassar as narrativas dos filmes, porque seguem-nas nas suas bases fundamentais. Agora narrativas como a de KOTOR, embora seja difícil de ultrapassar as dos filmes, têem esse potencial, e é nesse potencial que eu acredito.
Percebo o que queres dizer, e concordo até certo ponto. Acho é que os jogos, ainda estão muito longe de serem capazes de envolver um jogador por completo. Acho mesmo, que isso só será possível quando houver alguma forma de VR implementada nos jogos. Mas mesmo aí, as narrativas bem delineadas e sem opções, estilo filme, fazem muito sentido. Tudo, porque permitem o jogador fazer parte de histórias emocionantes e imaginativas, mesmo que ele não tenha um papel muito importante no seu desenrolar. Já imaginaste ver (jogar) o Lord of the Rings na perspectiva de Frodo? Ou o Star Wars como Luke? O Matrix como Neo? Não sentiríamos a angústia, medo, ansiedade, bravura, ódio e amor dessas personagens? Será que era mesmo necessário interferir com a narrativa para apreciarmos a experiência? Sobretudo, quando poríamos em risco a perfeição e consistência da narrativa, impossível no caso de haver opções!

No futuro veremos, quais destas filosofias são as mais capazes de emocionar o jogador. Até lá, continuo a afirmar, que as boas narrativas estilo FF, são muito mais emocionais e envolventes que as de jogos open-ended. O que não quer dizer, que sejam superiores, ou inferiores. Simplesmente são mais eficazes a mover o nosso coração.

EDIT: Toda esta argumentação trouxe-me à memória uma velha discussão, em que os meus colegas punham em oposição o Jazz à Música Clássica ou dita Erudita. Como sempre achei que não se podiam comparar em termos qualitativos experiências tão diversas, mostrei na altura que ambos os géneros tinham a sua razão de ser, e que apelavam a diferentes aspectos da experiência musical.

Na música clássica, temos uma estrutura muito consistente, delineada e, nos seus melhores exemplos, "perfeita". Assim, a riqueza de emoções, bem como a profundidade das mesmas, que se podem atingir com a música clássica são, em geral, mais fortes e constantes que no Jazz, agarrando o ouvinte do princípio ao fim. Em contrapartida, devido à matriz de improviso do Jazz, que lhe permite uma estrutura mais livre e aberta, existe nele uma riqueza sonora e melódica muito mais abrangente, diferente de cada vez que se ouve, e que explora conceitos musicais muito mais arrojados que a música clássica, sempre sobre o custo da perfeição da composição musical.

É um pouco como os posts que aqui faço. São fruto de uma escolha mais casual de expressões e afirmações, e sempre fruto de um local onde existe uma grande dose de liberdade criativa e expressiva, resultando na exploração de novas formas e construções. No entanto, quando escrevo os artigos de crítica para o jornal universitário, tenho que os fazer mais consisos, muito mais trabalhados, mas sempre presos a certas convenções do artigo jornalístico, que me impedem de explorar certas áreas, onde aqui posso deambular livremente.

São estas o tipo de dialéticas, que estas duas filosofias narrativas permitem, e que, cada uma à sua maneira conseguem explorar diferentes formas de expressão artística. Pessoalmente, acredito que se complementam, mas como em tudo, posso estar enganado. O tempo o dirá...
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Mensagem por Morbus » quinta 23 fev 2006, 11:21

São maneiras diferentes de contar histórias. Com um estilo mais linear podemos contar uma on-background story, préviamente deliniadas e estabelecidas, com uma trama consisa e organizada. Com um estilo com opções do jogador podemos contar várias on-background stories, também lineares mas não previamente estabelecidas, com uma background story, essa sim previamente estabelecida e organizada. O que quero dizer é que no FF tens uma história e prontos. Em jogos tipo KOTOR (se houvesse um KOTOR meets Morrowind isso existiria na perfeição) podes ter um número muito vasta de on-background stories, todas elas encaixadas na história de fundo e todas elas espontâneas e mais realistas, por assim dizer. Na vida real não tens uma história de vida. Tens muitas histórias de vida, e é isso que dá a variedade à vida e lhe traz longevidade. O storytelling é importantíssimo e ecensial em grande parte dos títulos, mas muitas vezes aquilo que cativa num jogo não é a história em si, mas a background story e o ambiente do jogo. Sword of Mana tem uma história muito bonita e eu não o jogo mais, porque já a sei. O mesmo acontece com títulos como Fahrenheit e mesmo KOTOR, em que a história é ecensial. Por outro lado, sou capaz de voltar (outra vez) a jogar Diablo II, Divine Divinity (eu queria o 2 mas nunca o vi), Morrowind, Baldur's Gate 2, Neverwinter Nights, FarCry, e muitos outros títulos que a parte principal do que é transmitido ao jogador é o universo de jogo e o background, e em que nós próprios temos, muitas vezes, a capacidade de criar as nossas próprias histórias e as nossas próprias tramas. Essa capacidade, no entanto, é muito limitada, actualmente, mas, tal como disse, é no se potencial em que eu acredito, e acredito sinceramente que, dentro em breve, vamos ter nas nossas máquinas títulos que marcam pelo mundo em que estão e não pela história em si. É por isso que eu jogo muito, e dou muito mais valor, a Sci-Fi e a High Fantasy do que a historias passadas no mundo actual/real.

Penso eu de que... [:p]
Há falta de água no mundo? A guerra alastrou a todo o globo? Tenho uma unha encravada? Só há uma solução: FORMAT C: - by SoRHunter
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Mensagem por GBrito » quinta 23 fev 2006, 11:24

Maedhros Escreveu:
GBrito Escreveu:O Final Fantasy VIII, para alem de ser o meu FF favorito, é, para mim, um dos melhores jogos de todos os tempos.

Se jogado com um guia de "segredos" demora o dobro do tempo a acabar, e ainda é uma experiencia ainda mais gratificante.

Simplesmente genial.
Assino por baixo. Ao contrário do que é mais comum, eu considero o FVIII muito superior ao VII (e a qualquer um dos outros).

Em termos de argumento, tem uma narrativa muito adulta em termos de relações humanas, capaz de emocionar qualquer um, com personagens vivas, antagónicas e multifacetadas. Apesar de o background narrativo de FFVIII sofrer de uma certa simplicidade (a demanda principal resume-se à destruição de uma bruxa que quer destruir o tempo), o facto é que a narrativa vive sobretudo das relações interpessoais das personagens, muito bem desnvolvidas, longe dos banalismos e clichés que costumam habitar em rpg's orientais (e ocidentais).

O aspecto visual de FFVIII, é tão profundo como as suas personagens. Gráficos e FMV's luxuosos, aliados a uma linha estética consistente e visualmente muito apelativa, ajudavam a criar um universo de FC e fantasia detalhado, brilhante e verdadeiramente... fantástico. É difícil não parar para olhar para os deliciosos pormenores de luz, animação, arquitectura, design de níveis, etc. Juntando a isso, uma das melhores bandas sonoras de Nobuo Uematsu, mítico criador das bso's da série, e obtemos um dos ambientes de jogo mais emotivos e belos alguma vez criados.

É claro, nem tudo em FFVIII é perfeito, sobretudo quando olhamos para as partes interactivas do jogo. Apesar do sistema de combate arrojado (ah... draw magic), a verdade é que lhe falta o equilíbrio das outras implementações da saga. As magias de invocação, uma das imagens de marca da série, são aqui sobrevalorizadas, tornando-se a saída mais fácil e rápida de qualquer combate. Assim, todas as outras habilidades são renegadas para segundo plano, tornando o combate um pouco monótono e simplista. Apesar disso, graças às maravilhosas animações de jogo, este aspecto não cansa o jogador, pelo menos numa primeira passagem pelo jogo.

É, sem dúvida alguma, um dos grandes marcos no universo dos rpg's e dos jogos em geral. O seu maior pecado, é, muito possivelmente, o de ter saído depois de FFVII, cuja revolução videojogável, marcou de tal forma a comunidade dos jogadores com a sua narrativa épica, que não deixou espaço para uma avaliação objectiva do jogo. Um clássico, e essencial para perceber o porquê dos rpg's orientais mexerem os corações de todo o mundo.
Começando pelo fim:

Sim, o jogo foi subvalorizado tal como muitos segundos albuns que se seguem ao sucesso avassalador do primeiro.

Felizmente FF8 foi o meu 1º contacto com a saga (apesar de entretanto já ter acabado ou pelo menos experimentado todos), pelo que não estava agarrado ao sucesso de FF7 - que é sem duvida, tambem ele, excelente.

Um dos elementos que mais gosto de FF8 é o design estilizado e "humano" das personagens. Curiosamente foi exactamente por isso que muitos fãs apuparam FF8: preferiam os bonecos típicos orientais das cabeçorras grandes (lol).
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Mensagem por Hunter » quinta 23 fev 2006, 11:26

Morbus Escreveu:São maneiras diferentes de contar histórias. Com um estilo mais linear podemos contar uma on-background story, préviamente deliniadas e estabelecidas, com uma trama consisa e organizada. Com um estilo com opções do jogador podemos contar várias on-background stories, também lineares mas não previamente estabelecidas, com uma background story, essa sim previamente estabelecida e organizada. O que quero dizer é que no FF tens uma história e prontos. Em jogos tipo KOTOR (se houvesse um KOTOR meets Morrowind isso existiria na perfeição) podes ter um número muito vasta de on-background stories, todas elas encaixadas na história de fundo e todas elas espontâneas e mais realistas, por assim dizer. Na vida real não tens uma história de vida. Tens muitas histórias de vida, e é isso que dá a variedade à vida e lhe traz longevidade. O storytelling é importantíssimo e ecensial em grande parte dos títulos, mas muitas vezes aquilo que cativa num jogo não é a história em si, mas a background story e o ambiente do jogo. Sword of Mana tem uma história muito bonita e eu não o jogo mais, porque já a sei. O mesmo acontece com títulos como Fahrenheit e mesmo KOTOR, em que a história é ecensial. Por outro lado, sou capaz de voltar (outra vez) a jogar Diablo II, Divine Divinity (eu queria o 2 mas nunca o vi), Morrowind, Baldur's Gate 2, Neverwinter Nights, FarCry, e muitos outros títulos que a parte principal do que é transmitido ao jogador é o universo de jogo e o background, e em que nós próprios temos, muitas vezes, a capacidade de criar as nossas próprias histórias e as nossas próprias tramas. Essa capacidade, no entanto, é muito limitada, actualmente, mas, tal como disse, é no se potencial em que eu acredito, e acredito sinceramente que, dentro em breve, vamos ter nas nossas máquinas títulos que marcam pelo mundo em que estão e não pela história em si. É por isso que eu jogo muito, e dou muito mais valor, a Sci-Fi e a High Fantasy do que a historias passadas no mundo actual/real.

Penso eu de que... [:p]
morbus????ja alguma vez jogaste final fantasy?? é que seo tivesses jogado nao dirias o que disseste:"O que quero dizer é que no FF tens uma história e prontos."
tudo bem que o kotor tem um conjunto de historias que torna o jogo excelente,mas se nalgumas vez jogares os FF da maneira como eles foram concebidos para jogar,veras que essa tua afirmaçao esta errada. :wink:
A jogar: Final Fantasy XII, God of War II, Devil May Cry 3
A ver: House (II), Lost (III)
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Mensagem por Maedhros » quinta 23 fev 2006, 11:53

Morbus Escreveu:São maneiras diferentes de contar histórias. Com um estilo mais linear podemos contar uma on-background story, préviamente deliniadas e estabelecidas, com uma trama consisa e organizada. Com um estilo com opções do jogador podemos contar várias on-background stories, também lineares mas não previamente estabelecidas, com uma background story, essa sim previamente estabelecida e organizada. O que quero dizer é que no FF tens uma história e prontos. Em jogos tipo KOTOR (se houvesse um KOTOR meets Morrowind isso existiria na perfeição) podes ter um número muito vasta de on-background stories, todas elas encaixadas na história de fundo e todas elas espontâneas e mais realistas, por assim dizer. Na vida real não tens uma história de vida. Tens muitas histórias de vida, e é isso que dá a variedade à vida e lhe traz longevidade. O storytelling é importantíssimo e ecensial em grande parte dos títulos, mas muitas vezes aquilo que cativa num jogo não é a história em si, mas a background story e o ambiente do jogo. Sword of Mana tem uma história muito bonita e eu não o jogo mais, porque já a sei. O mesmo acontece com títulos como Fahrenheit e mesmo KOTOR, em que a história é ecensial. Por outro lado, sou capaz de voltar (outra vez) a jogar Diablo II, Divine Divinity (eu queria o 2 mas nunca o vi), Morrowind, Baldur's Gate 2, Neverwinter Nights, FarCry, e muitos outros títulos que a parte principal do que é transmitido ao jogador é o universo de jogo e o background, e em que nós próprios temos, muitas vezes, a capacidade de criar as nossas próprias histórias e as nossas próprias tramas. Essa capacidade, no entanto, é muito limitada, actualmente, mas, tal como disse, é no se potencial em que eu acredito, e acredito sinceramente que, dentro em breve, vamos ter nas nossas máquinas títulos que marcam pelo mundo em que estão e não pela história em si. É por isso que eu jogo muito, e dou muito mais valor, a Sci-Fi e a High Fantasy do que a historias passadas no mundo actual/real.

Penso eu de que... [:p]
Eu já percebi o teu ponto de vista, talvez tu ainda não tenhas percebido o meu. Óbvio, que para perceberes, terias de jogar alguns dos grandes rpg's orientais, porque o Sword of Mana, não está altura dos bons rpg's ocidentais que conhecemos, e logo a tua comparação é desiquilibrada e desinformada (p.ex. FFVII, FFVIII, FFIX, FFX, Final Fantasy Tactics, XenoGears, XenoSaga, Suikoden III....). De qualquer forma, tira-me dessa lista o Diablo e o FarCry, que não sei o que é que estão aí a fazer. Comparar as narrativas desses dois com as de FF, Kotor e Morrowind, é um insulto para os últimos...
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Mensagem por Maedhros » quinta 23 fev 2006, 11:58

GBrito Escreveu:Começando pelo fim:

Sim, o jogo foi subvalorizado tal como muitos segundos albuns que se seguem ao sucesso avassalador do primeiro.

Felizmente FF8 foi o meu 1º contacto com a saga (apesar de entretanto já ter acabado ou pelo menos experimentado todos), pelo que não estava agarrado ao sucesso de FF7 - que é sem duvida, tambem ele, excelente.

Um dos elementos que mais gosto de FF8 é o design estilizado e "humano" das personagens. Curiosamente foi exactamente por isso que muitos fãs apuparam FF8: preferiam os bonecos típicos orientais das cabeçorras grandes (lol).
Pois, o primeiro marca sempre mais uma pessoa!
No meu caso, isso não aocnteceu, o VII foi mesmo o primeiro contacto (e que contacto!!!) com a série, mas visto em perspectiva, acho-o inferior ao VIII.

Já tinha ouvido essa crítica à estilização das personagens, e acho-a típica dos fãs japoneses... Mas acho que na Europa e EUA, essa mudança até é capaz de ter sido bem vinda, afinal, quantos rpg's não seguiram as paçadas deste?
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Mensagem por GBrito » quinta 23 fev 2006, 16:01

Maedhros Escreveu:
GBrito Escreveu:Começando pelo fim:

Sim, o jogo foi subvalorizado tal como muitos segundos albuns que se seguem ao sucesso avassalador do primeiro.

Felizmente FF8 foi o meu 1º contacto com a saga (apesar de entretanto já ter acabado ou pelo menos experimentado todos), pelo que não estava agarrado ao sucesso de FF7 - que é sem duvida, tambem ele, excelente.

Um dos elementos que mais gosto de FF8 é o design estilizado e "humano" das personagens. Curiosamente foi exactamente por isso que muitos fãs apuparam FF8: preferiam os bonecos típicos orientais das cabeçorras grandes (lol).
Pois, o primeiro marca sempre mais uma pessoa!
No meu caso, isso não aocnteceu, o VII foi mesmo o primeiro contacto (e que contacto!!!) com a série, mas visto em perspectiva, acho-o inferior ao VIII.

Já tinha ouvido essa crítica à estilização das personagens, e acho-a típica dos fãs japoneses... Mas acho que na Europa e EUA, essa mudança até é capaz de ter sido bem vinda, afinal, quantos rpg's não seguiram as paçadas deste?
Verdade. Não tenho nada contra os "cartoons" dos outros episódios, pelo contrário acho-os fantásticos. Simplesmente acho que cada coisa tem o seu lugar, e a historia matura de FF8 só ganha com o facto de as personagens se assemelharem a seres humanos - tal como no FFX.

Um título que agora me está a despertar algum interesse é o Dragon Quest 8...
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Mensagem por Maedhros » quinta 23 fev 2006, 16:11

GBrito Escreveu:
Verdade. Não tenho nada contra os "cartoons" dos outros episódios, pelo contrário acho-os fantásticos. Simplesmente acho que cada coisa tem o seu lugar, e a historia matura de FF8 só ganha com o facto de as personagens se assemelharem a seres humanos - tal como no FFX.

Um título que agora me está a despertar algum interesse é o Dragon Quest 8...
Apesar de ser grande fã de rpg's orientais, Dragon Quest VIII não me atrai muito. É um rpg light, muito dado ao humor e à comédia (pelo menos do que joguei) e com uma história que, mesmo sendo original, não se destaca muito. Há quem aprecie muito esse estilo mais soft, mas eu tenho dificuldade em apreciar rpg's com narrativas menos "sérias" e envolventes. Não nego, que deve ser um grande jogo, mas não para quem procura um rpg com histórias adultas e thought-provoking.
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Mensagem por GBrito » quinta 23 fev 2006, 16:43

Maedhros Escreveu:
GBrito Escreveu:
Verdade. Não tenho nada contra os "cartoons" dos outros episódios, pelo contrário acho-os fantásticos. Simplesmente acho que cada coisa tem o seu lugar, e a historia matura de FF8 só ganha com o facto de as personagens se assemelharem a seres humanos - tal como no FFX.

Um título que agora me está a despertar algum interesse é o Dragon Quest 8...
Apesar de ser grande fã de rpg's orientais, Dragon Quest VIII não me atrai muito. É um rpg light, muito dado ao humor e à comédia (pelo menos do que joguei) e com uma história que, mesmo sendo original, não se destaca muito. Há quem aprecie muito esse estilo mais soft, mas eu tenho dificuldade em apreciar rpg's com narrativas menos "sérias" e envolventes. Não nego, que deve ser um grande jogo, mas não para quem procura um rpg com histórias adultas e thought-provoking.
Compreendo que não gostes do genero. Mas antes de mais ha que dar o beneficio da dúvida até ver o produto final. Depois eu gosto de variar. Jogos "complexos" como FF ou KOTOR só me agrafam à cadeira uma vez por ano. Mais que isso torna-se enjoativo.
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Mensagem por Morbus » quinta 23 fev 2006, 18:45

Maedhros Escreveu:Eu já percebi o teu ponto de vista, talvez tu ainda não tenhas percebido o meu.
Sim percebi. O que estava a falar não era da dicotomia entre storytelling linear vs. open-ended, mas sim da dicotomia entre o ambiente e o storytelling em si.
Maedhros Escreveu:Óbvio, que para perceberes, terias de jogar alguns dos grandes rpg's orientais, porque o Sword of Mana, não está altura dos bons rpg's ocidentais que conhecemos, e logo a tua comparação é desiquilibrada e desinformada (p.ex. FFVII, FFVIII, FFIX, FFX, Final Fantasy Tactics, XenoGears, XenoSaga, Suikoden III....).
Sim eu sei :( uma lacuna terrível, mas estou a ver se remedei-o :wink: . Eu joguei FF Tactics, e não me pareceu grande coisa, sinceramente, e acabei por me fartar do jogo em pouquíssimo tempo (leia-se uma hora).
Maedhros Escreveu:De qualquer forma, tira-me dessa lista o Diablo e o FarCry, que não sei o que é que estão aí a fazer. Comparar as narrativas desses dois com as de FF, Kotor e Morrowind, é um insulto para os últimos...
Claro que sim! Claro que é um insulto! O que se passa é que eu não estava a comparar as narrativas dos dois géneros de jogos (Diablo (quase sem narrativa) vs FF (acho que uma narrativa linda e dígníssima de um livro ou de um filme) mas sim o estilo de história (Diablo (a história background, o mundo em si e o feeling que transmite) vs. FF (que também tem uma background mas é abafado no jogo por só haver uma história).

Sinceramente espero não estar a fazer erros gravíssimos, porque nunca joguei FF. Mas se é esse o caso corrijam-me, peço-vos encarecidamente, não quero andar por aí enganado... Mas por favor leiam bem os meus posts e tentem compreender onde quero chegar e o que eu realmente penso. Como disse, não estou a criticar o storytelling linear em prole do open-ended (são dois estilos diferentes de contar histórias), mas sim a salientar uma particularidade do estilo open-ended que o linear não tem e que lhe pode conferir capacidades muito maiores que as que tem agora. Refiri-me, particularmente, ao feeling do background de jogo (como em Diablo, Morrowind, Fallout, Starcraft, só para referir alguns) que é aquilo (refiro-me ao feeling do background) que me move a jogar e a rejogar e rejogar um jogo, over and over again.

Espero estar a ser claro, eu sei que sou complicado a explicar-me. E desculpa Hunter (e todos os outros) se disse alguma barbaridade, mas quando disse que FF tem uma história e prontos, queria dizer que só há uma possibilidade de história em FF e mais nenhuma, não queria dizer que a história é só mais uma história e prontos, nem pensar! Espero que te estejas a referir a isso, porque se é assim, não era isso que eu queria dizer :wink:

PS: olhem o offtopic [:p]
Há falta de água no mundo? A guerra alastrou a todo o globo? Tenho uma unha encravada? Só há uma solução: FORMAT C: - by SoRHunter
Eu digo mal de jogos que nunca joguei e dos quais não conheço nada. - foi o Bu77erCup242 que me disse
Para que raio queres tu uma namorada linda e inteligente? O que interessa é ter EDRAM... - by Chris

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