Jogos de Role-Play

Para falerem tudo sobre jogos e companhia

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Morbus
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Mensagem por Morbus » quinta 26 abr 2007, 11:14

Hunter Escreveu:Eu nao preciso de ler para ter teses proprias ou opinioes pessoais (...)
Tá bem tá... Vais lá vais... :roll:
Hunter Escreveu:(...) que quer queiram quer nao, têm que respeitar.
Eu tenho que te respeitar a TI porque tens o direito à opinião. Não tenho que respeitar as tuas opiniões ;) Acho que a discussão acaba por aqui...

E vai ver a definição de falácia à wiki ;)
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Mensagem por Hunter » quinta 26 abr 2007, 11:28

Morbus Escreveu:
Hunter Escreveu:Eu nao preciso de ler para ter teses proprias ou opinioes pessoais (...)
Tá bem tá... Vais lá vais... :roll:
Ahhh, ja me esquecia que so tu é que sabes..... peço desculpa...

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ZéPróVinho
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Mensagem por ZéPróVinho » quinta 26 abr 2007, 11:45

Hunter Escreveu:
Morbus Escreveu:
Hunter Escreveu:Eu nao preciso de ler para ter teses proprias ou opinioes pessoais (...)
Tá bem tá... Vais lá vais... :roll:
Ahhh, ja me esquecia que so tu é que sabes..... peço desculpa...

|(*,)
não quero iniciar nenhuma flamewar ..mas esta ultima opinião anda na boca de muita gente....será que falta um bocadinho de humildade...
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Mensagem por Morbus » quinta 26 abr 2007, 11:51

ZéPróVinho Escreveu:não quero iniciar nenhuma flamewar ..mas esta ultima opinião anda na boca de muita gente....será que falta um bocadinho de humildade...
Humildade? Não, pelo menos não do Hunter. Ele disse claramente que era Fanboy dos Final Fantasies. Queres mais humildade que isso? :-s

E é mais que ÓBVIO (então? toda a gente vê isso) que para uma pessoa ter uma opinião com bases não se precisa de ler nada sobre as coisas. Um analista de cinema só precisa de ver os filmes, mais nada. Depois só tem que analisar... 8) Acho que isso toda a gente pode ver...
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Mensagem por Chris » quinta 26 abr 2007, 11:54

Morbus Escreveu: Desepenhas o mesmo tipo de papel que desempanhas na vida real. Ou o papel só existe se for criado pelos outros? :|


Com a excepção de que num RPG, idealmente, somos nós a criar o guião, e não o autor do setting... Depois segues esse guião tal e qual como um actor. É essa a base do role-play, quer seja no cinema, no teatro, na música ou nos jogos.
Que papel é que desempenhas na vida? Eu pessoalmente não desempenho papel nenhum, estou aqui para viver e morrer e talvez desempenho o meu papel na cadeia alimentar. A partir do momento em que eu escolho fazer uma determinada coisa, como por exemplo influenciar a vida de uma pessoa, ou participar em actividades governamentais, já não estou a desempenhar um papel mas sim a usufruir daquilo que todos nós temos, liberdade de escolha (Free will). E exactamente aqui que eu difero das vossas opiniões, com o resto eu concordo e percebo perfeitamente, só que um papel/parte/role/destiny é e será sempre algo imposto em nós e não algo sobre o qual temos controlo.

Morbus Escreveu: Diz-me uma coisa: tu no cinema estás a desempenhar um papel? Não. Porquê? Porque não és tu que MANDAS naquilo. Da mesma maneira, nos jogos em que não MANDAS naquilo também não desempenhas papel. E só desempenhas papel quando realmente MANDAS, quer seja na espada que usas, na fala que escolhes ou na personalidade que queres que a personagem tenha... :?
Estas a confundir espectador com actor, num jogo serias o actor, e tal como num setting de um filme, o director diz "Acção" e o actor começa todo contente a fazer o papel dele. Num jogo em que o designer (director) diz "Start Game" lá vais tu como jogador salvar a princesa.

Eu também acho que o meu ponto de vista é básico de perceber, mas não ando ai a fazer :roll: e 8) por tudo quanto é sítio, podias tentar ser um bocadinho menos condescend.
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Mensagem por Morbus » quinta 26 abr 2007, 12:02

Chris Escreveu:Que papel é que desempenhas na vida? Eu pessoalmente não desempenho papel nenhum, estou aqui para viver e morrer e talvez desempenho o meu papel na cadeia alimentar.
*questão retórica* Então a tua existência não tem mais nenhuma consequência no mundo para além do talhante ganhar uns trocos e umas vacas morrerem?
Chris Escreveu:E exactamente aqui que eu difero das vossas opiniões, com o resto eu concordo e percebo perfeitamente, só que um papel/parte/role/destiny é e será sempre algo imposto em nós e não algo sobre o qual temos controlo.
Claro que é imposto. O que não importa é se é imposto POR TI ou PELOS OUTROS... Isso é completamente irrelevante... por isso é que se chama JOGO e não filme ou livro... JOGO, percebes? Interactividade, jogabilidade, aquelas coisas chatas que só estorvam e não nos deixam ver a história?
Chris Escreveu:Estas a confundir espectador com actor
E tu estás a confundir actor com personagem. São duas pessoas COMPLETAMENTE DISTINTAS, e fazias bem ao entender o porquê disso, e ao constactares que os próprios actores se referem às personagens que encarnam como pessoas diferentes deles. Nunca ouviste um actor falar da sua personagem na terceira pessoa? Não interessa se foi o actor que definiu essa personagem, se foi alguém mais... Da mesma maneira, não interessa que sejas tu a definir a tua personagem ou outra pessoa (e volta-se à questão do "todos os jogos são RPG's").
Chris Escreveu:Eu também acho que o meu ponto de vista é básico de perceber, mas não ando ai a fazer :roll: por tudo quanto é sítio, podias tentar ser um bocadinho menos condescend.
:-k Vou tentar... De qualquer forma, é simples de perceber, sim... Vamos lá a ver como respondes ao meu argumento agora :P (para ver se, face a ti, é simples de refutar também :P ).
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Mensagem por Chris » quinta 26 abr 2007, 12:12

Morbus Escreveu:...
Quanto ao meu impacto no mundo isso depende da visão de cada um do mundo e de muito mais para além de jogos, mas basta dizer que ter impacto no mundo não deriva directamente de ter um papel. Pode-se ter um impacto sem ter um papel mas não um papel sem ter impacto.

Ora papel imposto na minha perspectiva só funciona se for alguém a impor em nós. A não ser que sejas esquizofrénico e imponhas coisas a ti próprio. Uma imposição é muito diferente de uma escolha. E como um jogo tem mais dimensões do que a história, que será automaticamente imposta ao jogador, um jogo pode perfeitamente impor-te um papel e ao mesmo tempo teres escolhas secundárias, mas estarás a desempenhar esse mesmo papel. Se não tens história não tens imposições logo não tens papel a desempenhar. Tal como disse eu acho que não é possivel eu impor algo em mim próprio, qualquer linha de pensamento desse género é uma escolha consciente e não uma imposição.

Epah não sei que mais dizer, já me repeti tanto que pareco um papagaio, mas não tenho mais argumentos. Papel/Role = Imposição != Escolha.
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Mensagem por Morbus » quinta 26 abr 2007, 12:27

Chris Escreveu:Quanto ao meu impacto no mundo isso depende da visão de cada um do mundo e de muito mais para além de jogos, mas basta dizer que ter impacto no mundo não deriva directamente de ter um papel. Pode-se ter um impacto sem ter um papel mas não um papel sem ter impacto.
Quando te esqueceres desta conversa, vem cá outra vez e analisa a frase a negrito... Se tens impacto tens um papel logo imediatamente atribuido a ti. Lembra-te que o conceito de "papel" é uma coisa abstracta... Pode tanto ser pre-definido como pós-definido (isto existe?). Um pouco como destino. Tu tens destino, mas ele só vai existir depois de fazeres as coisa :P O meu destino era escrever este post... So it was. O meu papel, a mesma coisa.

(realmente, agora que falo nisso, destino e papel são praticamente - id est, na prática - a mesma coisa! Boa comparação :mrgreen: )
Chris Escreveu:A não ser que sejas esquizofrénico e imponhas coisas a ti próprio.
O freeform basea-se precisamente nisso. Nunca jogaste ao faz de conta? :-s Role-play é EXACTAMENTE a mesma coisa que um faz de conta de crianças (agora eu vou ser um ladrão e tu és o polícia! Pau pau! Matei-te! - Não mataste nada! - et cetera)
Chris Escreveu:Uma imposição é muito diferente de uma escolha. E como um jogo tem mais dimensões do que a história, que será automaticamente imposta ao jogador, um jogo pode perfeitamente impor-te um papel e ao mesmo tempo teres escolhas secundárias, mas estarás a desempenhar esse mesmo papel. Se não tens história não tens imposições logo não tens papel a desempenhar. Tal como disse eu acho que não é possivel eu impor algo em mim próprio, qualquer linha de pensamento desse género é uma escolha consciente e não uma imposição.
Pode ser uma escolha consciente (o chamado self-role-play) ou pode ser uma imposição (como eu quando joguei Oblivion da última vez, impus-me a mim próprio I would role-play a wicked sneaky female thief e lá fui eu. Não me senti recompensado nem divertido com isso porque o jogo é mau, mas em Fallout a coisa é muito diferente. Se dizes que não consegues, isso é outra coisa. Há gostos para tudo... Não é de admirar que o Role-Play seja um género quase underground, sempre o foi, é, e sempre o será. Podias entender isso como "Role-Play não é para todos" ou como "Role-Play não é para quem quer, é para quem pode", e apesar de até ser um pouco isso, a razão principal é que a maioria das pessoas simplesmente não gosta disso e prefere que lhe digam o que fazer (ou o que ver). Não é por acaso que a religião e os rejimes ditatoriais tiveram e têm (infelizmente) tanto sucesso. Não estou a dizer que quem não gosta de RPG's é um fanático fascista, nada disso :P
Chris Escreveu:Epah não sei que mais dizer, já me repeti tanto que pareco um papagaio, mas não tenho mais argumentos. Papel/Role = Imposição != Escolha.
Vai ler uma definiçõezitas. A mesma pergunta que fiz ao Hunter faço a ti: o que é que tu lês sobre role-play? Vai ler vai, e depois de muito pensares sobre as opiniões dos outros, sobre os argumentos de pessoas que percebem muito mais que eu (e que o Role-Player), depois de veres as coisa e tal e coisa, vem cá e dás a tua opinião... Eu só digo isto porque em lado nenhum Role-Play tem a definição que tu lhe dás.

Lembras-te daquela discussão sobre religião e a definição de religião que tivemos no messenger? Lembras-te de dizeres que aquilo a que eu me referia era outra coisa que não sabias o nome (nem eu), mas que não era religião? É um pouco o mesmo que está acontecer agora.

Vai ler vai... ;) que eu também vou :P (queres assim uns links rápidos para umas discussões e uns textos? ou chega-te ir à wikipedia e ao google?)
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Mensagem por Chris » quinta 26 abr 2007, 12:49

O destino só se aplica aos que acreditam nele, é como umas testemunhas de jeová no outro dia, "Deus escreveu a biblia através do homem." e eu digo "O homem escreveu a biblia através da caneta.". Se não accredito em destino posso muito bem acreditar que nem tudo o que faço é um papel mas o tudo o que faço tem um impacto, nem que seja aumentar os niveis de CO2 do planeta. E isso pode ou não ser um papel. E já que aceitas que um papel é comparável ao destino (é porque acreditas no destino), como é que podes dizer que esse papel pode ser feito por nós? Isso seria dizer "ah eu faço o meu proprio destino..", esta deve ser uma das frases mais parvas que já ouvi, o próprio conceito de destino nega completamente que sejamos nós a fazê-lo. Logo, quando temos papel/destino num jogo é impossivel sermos nós a definir esse mesmo destino, portanto vai de encontro ao que sempre disse que Role Play não pode ser algo que nós construimos mas sim algo que foi construido e imposto em nós, só temos de fazer o nosso papel/role/destiny.

"I would role-play a wicked sneaky female thief" isto é uma decisão que tu tomaste, e quando inserido num jogo como Oblivion é uma escolha secundária ao papel que o jogador tem no jogo que é salvar o mundo do principe das trevas...

Quanto ao ler sobre role-play... Não tenho o bom hábito de ler sobre seja o que for, nunca debati o tópico RPG antes de começar esta conversa. Portanto o que te posso apresentar são conclusões que tiro da minha interpretação. Pena é eu não ter feito isto à 10 anos e ter escrevido sobre isso, secalhar estarias agora a dizer aquilo que eu escrevi porque leste de "pessoas que percebem muito"... Achas que os primeiros filósofos da história tiveram algo para ler? Eles tiveram de chegar às suas conclusões pensando e observando, e no entanto são coisas básicas que qualquer jovem entende sem nunca ter ouvido falar sequer em gregos. O que quero dizer com isto é que talvez deias demasiada importância ao que os outros escrevem e dizem. Dizer que isto ou aquilo é certo porque o outro men, seja ele papa ou plebeu, é que disse não, é um argumento muito forte.
Última edição por Chris em quinta 26 abr 2007, 12:53, editado 3 vezes no total.
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Mensagem por Hunter » quinta 26 abr 2007, 12:52

Morbus Escreveu: Vai ler uma definiçõezitas. A mesma pergunta que fiz ao Hunter faço a ti: o que é que tu lês sobre role-play? Vai ler vai, e depois de muito pensares sobre as opiniões dos outros, sobre os argumentos de pessoas que percebem muito mais que eu (e que o Role-Player), depois de veres as coisa e tal e coisa, vem cá e dás a tua opinião... Eu só digo isto porque em lado nenhum Role-Play tem a definição que tu lhe dás.
O mal é que queres obrigar as pessoas a ter a mesma opiniao que tu e que os "perfeitos" que escrevem nos sites que enunciaste, e isso está mal, alias muito mal. Eu tenho a minha opiniao com base naquilo que ja joguei e que aprendi com base nessa experiencia. Ninguem é obrigado a ter a mesma opiniao que eu, tal como nao sou obrigado a ter opiniao identica aos dos "perfeitos". Nao me queiram impingir uma regra e umas bases das quais nao acredito nem concordo...
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Mensagem por Role-Player » quinta 26 abr 2007, 13:09

Chris Escreveu:A partir do momento em que eu escolho fazer uma determinada coisa, como por exemplo influenciar a vida de uma pessoa, ou participar em actividades governamentais, já não estou a desempenhar um papel mas sim a usufruir daquilo que todos nós temos, liberdade de escolha (Free will). E exactamente aqui que eu difero das vossas opiniões, com o resto eu concordo e percebo perfeitamente, só que um papel/parte/role/destiny é e será sempre algo imposto em nós e não algo sobre o qual temos controlo.
Ou seja, não consegues representar um papel a não ser que te atribuam um? Não vou tecer considerações sobre o destino mas a existência do mesmo não exclui necessáriamente a vontade própria. Usufruir de vontade vontade própria e escolhermos como queremos viver a nossa vida não impede que no final todos partilhemos do mesmo destino - vida e morte. Mas a viagem entre os dois permite-nos perfeitamente desempenhar o papel que queremos. E o mesmo se aplica ao tópico: como já disse há sempre uma regra que nos é imposta, salvo raras excepções, desde o início de uma estória num RPG. Mas fora disso és livre de escolher que tipo de papel irás desempenhar. A variedade de papéis que podes ter num único RPG pode ser comparável à diversidade de personalidades e escolhas de vida no mundo: ninguém escapa ao seu destino, mas até ele chegar fazes o que quiseres, escolhes o papel que queres ter.

Mas como já disse, discordamos em pontos fundamentais e aí não precisa ser dito muito mais. Não te estou a tentar fazer "ver a verdade", longe disso :)
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Mensagem por Chris » quinta 26 abr 2007, 13:33

Claro, eu percebo perfeitamente o que estão a dizer. Pronto, eu não entendo os caminhos que tomo por escolha como um papel, é algo que fazemos independentemente de influências exteriores e podemos até desistir de o fazer, a única forma de desistir de um papel num RPG é parar de jogar o jogo, na minha perspectiva claro. Segundo a vossa opinião podemos cria e terminar o papel quando bem queremos, o que é outra coisa que vai contra a noção de papel/destino, pois "ninguém escapa ao seu destino". Se à partida eu tenho escolha sobre aquilo que vai acontecer ("Mas a viagem entre os dois permite-nos perfeitamente desempenhar o papel que queremos.") não pode ser um destino visto que ninguém controla o destino (assumindo de momento que este exista). Bem, eu não quero continuar a enrolar nisto, quando o tema sair deste infinite loop um bocadinho eu volto a participar.
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Mensagem por Role-Player » quinta 26 abr 2007, 14:20

No outro dia tive uma conversa semelhante com um colega meu acerca do conceito de destino, e "embasbacámos" no mesmo ponto: o destino exclui a vontade própria? Ele é da opinião que o destino, no contexto de um caminho pré-determinado, existe e que não importa o que se faça pois o caminho já foi previamente decidido. Por outro lado, eu questiono a existência de algo ou alguém que possa pré-determinar o destino. Para mim o destino não é um caminho préviamente delineado: é uma fatalidade inexoravelmente associada à nossa condição humana, mas "apenas" isso. A minha interpretação é que o simples facto de que podemos usufruir de vontade própria vai contra esse mesmo conceito de destino. Não é por todas as viagens chegarem a um fim que não podemos decidir o rumo que vamos dar. O começo e o fim nunca o decidimos; a viagem é, felizmente, algo que podemos escolher e controlar.

É um bocado como a série Soul Reaver: havia grandes conversas sobre destino e como o Raziel era apenas um rapazinho de recados que, independentemente do que fizesse, o seu lugar na história já estava determinado previamente... Até ele ignorar o conceito de destino e escolher lutar contra o destino que lhe havia sido imposto. Acho que aí reside um paralelo interessante em relação à nossa vida: tudo o que fazemos é, mesmo sem darmos por isso, uma revolta contra a fatalidade da morte. À nascença recebemos uma estória cujo guião consiste num princípio e num fim... Tudo o que fazemos entretanto para completar essas páginas em branco é uma luta contra a ideia de fim, e ao interpretarmos isso individualmente desenvolvemos os nossos próprios papéis.

E agora, uma Guiness que está calor!
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Mensagem por Morbus » quinta 26 abr 2007, 14:57

Chris Escreveu:O destino só se aplica aos que acreditam nele
O destino de que eu falo é o destino pós constatado. Não é uma questão de acreditar ou não. Aquilo que tu fizeste é aquilo que tu fizeste. Analisas as coisas com demasiados preconceitos. Eu não "acredito" em nada, e no que "acredito" não falo porque não SEI. ;) Offtopic...
Chris Escreveu:o próprio conceito de destino nega completamente que sejamos nós a fazê-lo.
Então esquece que falei nisso. É certo que não conheço em detalhe o conceito de destino, e pensava que não negava. Então esquece, simplesmente.
Chris Escreveu:"I would role-play a wicked sneaky female thief" isto é uma decisão que tu tomaste, e quando inserido num jogo como Oblivion é uma escolha secundária ao papel que o jogador tem no jogo que é salvar o mundo do principe das trevas...
Oblivion é um mau RPG, isso é certo...
Chris Escreveu:Quanto ao ler sobre role-play... Não tenho o bom hábito de ler sobre seja o que for, nunca debati o tópico RPG antes de começar esta conversa.
Eu supus isso.
Chris Escreveu:Achas que os primeiros filósofos da história tiveram algo para ler?
Não, nem tem ninguém que debate alguma coisa pela primeira vez (o que é muito raro, mas acontece, claro). Felizmente, no entanto, nós não somos as primeiras pessoas a discutir RPG's XD
Chris Escreveu:Eles tiveram de chegar às suas conclusões pensando e observando, e no entanto são coisas básicas que qualquer jovem entende sem nunca ter ouvido falar sequer em gregos.
Tens que ter em conta que estás a definir um género, isto é do campo da taxonomia, e em taxonomia é ESSENCIAL que se leia o que os autores dizem sobre as coisas.
Chris Escreveu:O que quero dizer com isto é que talvez deias demasiada importância ao que os outros escrevem e dizem. Dizer que isto ou aquilo é certo porque o outro men, seja ele papa ou plebeu, é que disse não, é um argumento muito forte.
Eu não digo que sim só porque o outro disse. Nem quero saber quem disse. Aliás, nem quero saber SE disse. O que quero saber é se as pessoas sabem do que estão a falar :? Porque jogar um jogo sem ler sobre ele ou sem ter um background PARA ENTENDER as coisas, é a mesma coisa que mostrar a um trolha bêbedo e que bate na mulher uma série de pinturas e pedir-lhe para as classificar... :? Nem que as veja todas as pinturas do mundo, são não LER, OUVIR QUEM SABE FALAR das coisas, nunca vai perceber NADA do que é a pintura. Da mesma maneira, se não leres ou ouvires quem faz RPG's a falar dos RPG's, se não souberes a história dos RPG's, se não entenderes os objectivos e as razões de ser deles, nunca vais saber com certeza o que é um RPG e o que não é... :? Não quero saber das opiniões dos outros, quero saber dos FACTOS que eles dizem, e quando digo ler é ler factos principalmente. Opiniões são importantes, também, mas isso é numa fase posterior de intepretação.
Hunter Escreveu:O mal é que queres obrigar as pessoas a ter a mesma opiniao que tu e que os "perfeitos" que escrevem nos sites que enunciaste, e isso está mal, alias muito mal. Eu tenho a minha opiniao com base naquilo que ja joguei e que aprendi com base nessa experiencia. Ninguem é obrigado a ter a mesma opiniao que eu, tal como nao sou obrigado a ter opiniao identica aos dos "perfeitos". Nao me queiram impingir uma regra e umas bases das quais nao acredito nem concordo...
Claramente há pessoas que não sabem distinguir opiniões de factos. Tu és uma delas. Eu não discuto mais este assunto contigo. Não fiques zangado, porque eu não quero, mas enquanto não me chegares à beira e disseres: "os RPG's precisam de história porque isto isto e isto, porque o objectivo deles é este e porque para o conseguir precisam disto, porque são definidos por este género/indústria/arte e esse género/indústria/arte precisa de história por isto isto e isto..." ou equanto não me mostrares que um RPG precisa de combate porque "isto isto e aquilo", com argumentos concretos para além do dizeres que um RPG em específico era muito fraco se não tivesse história ou combate, enquanto não fizeres isso eu não vou bater mais contra a mesma parede... Eu não tenho opinião: eu sei do que falo (com um determinado grau de certeza). Já te expliquei porque digo o que digo, com argumentos (sem nunca dar as fontes, no entanto, não acho necessário, não sou como o outro que estava sempre a postar links xD), com ligações lógicas entre factos, sem esquecer nenhum factor (pelo menos eu penso que não). Tu, no entanto, mesmo depois de eu e outros te mostrarem os factos, os argumentos, tu simplesmente ignora-los e continuas a mandar os mesmos argumentos que mandavas nos teus primeiros posts sobre o assunto, mostrando claramente uma falta de flexibilidade e tolerância, e mostrando claramente que pensas que o tu dizes é o que tá certo, e a prova disso é que nem te preocupas em mostrar aos outros porque é que estás certo. Dizes que eu digo que sou dono da verdade, mas se há aqui pessoa que é irrascível e "quadrada" (por assim dizer) és tu, e não eu. Porque eu não tenho problema nenhum em admitir que estou errado, e não gosto mais de um jogo só porque é um RPG (ao contrário de ti, ao que parece), nem me sinto mais atraído para um lado ou outro da questão só porque sim. Defendo o que defendo porque li sobre o assunto, estudei o assunto, li opiniões, meditei sobre as opiniões e factos que li e vi e ouvi, disse muita asneirada, pensei muita asneirada, fui muitas vezes corrijido por outros que se preocuparam em mostrar-me argumentos e explicar-me porque é que eu estava errado (ou porque é que eles pensavam que eu estava errado). A tua atitude de "eu não preciso de ler nada nem de aprender nada para saber, eu sou um iluminado que sei tudo e não preciso que ninguém me diga nada" é que mostra claramente que não estás aberto a novos factos que contradigam directamente a tua ideologia (ou as tuas opiniões). Se queres ser assim, tudo bem, o mais mal não é meu. Se queres dizer que os outros é que são assim, tudo bem também, eu não me importo. Não te zangues é comigo (e sei que não te zanguas :P) por eu não ser como tu. Ou pensarás tu que eu já não pensei como tu, que nunca pensei que a coisa mais importante num RPG era a história? :anxious:
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Mensagem por Chris » quinta 26 abr 2007, 15:52

Pode haver perspectivas ou teorias. Um facto é que um FPS só é um FPS se a câmara de jogo estiver na primeira pessoa, um RTS só é RTS se tiver real-time, etc. O resto é aberto às opiniões de cada um, e depende do senso comum, não vou chamar ao Oblivion um FPS porque dá para meter a câmara na primeira pessoa, nem ao DeusEx (há quem chame) um RPG porque há lá uns upgradezitos e podemos definir vagamente o curso que tomamos. A definição de um género é na minha opinião demasiado subjectivo para ser sujeito a rótulos, e eu até acho bem que seja assim porque é um assunto que nem sequer é relevante (pelo menos para mim), o que interessa é o jogo e não aquilo que lhe chamamos :\
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