Não, é muito simplesmente um comentário objectivo. Não sei como ser mais simples do que isto: o teu argumento é tão bacoco quanto sugerir que dizer “este bolo tem passas” é o mesmo que dizer mal das ditas passas. Dizer que uma narrativa tem chavões é simplesmente apontar para um facto – não é uma crítica à existência dos próprios, a não ser que quem a fez seja claro a respeito disso. E acredita que quando eu quero criticar algo, sou muito claro a respeito disso – o que devia ser perceptível considerando as vezes que aqui neste fórum critiquei algo.GBrito Escreveu:Não sei se te estás a fazer de desentendido, mas dizer que “o KOTOR é todo ele um grande chavão” É uma critica.
Nem são necessariamente a mesma coisa. Daí o teu erro (ou intenção, ainda estamos para ver). Por isso mesmo não devias assumir que o meu comentário foi mais do que o que lá está. Se eu quisesse criticar o jogo, tinha-o feito – não tenho problema nenhum em fazê-lo. Mas o que fiz foi criticar a tua afirmação. Se assumes que estou a criticar os chavões, essa é a tua decisão. Não podes é querer que aquilo que tu assumes dos argumentos dos outros seja uma verdade absoluta.Uma afirmação e uma crítica não são necessariamente coisas diferentes.
Na resposta que te dei, limitei-me a enumerar os chavões típicos da fantasia medieval que estão presentes no jogo. Apenas contestei a tua afirmação: em parte alguma do que escrevi até agora fiz uma crítica ao jogo. Se há um tom no que escrevi, é exclusivamente relacionado com o que escreveste.Simplesmente podes fazer uma afirmação que é ou não crítica. Na resposta que me deste, fazes várias afirmações criticas e algumas verificações analíticas em tom de critica (sim, porque na escrita também existe tom).
Há uma ausência total de uma qualquer atribuição de qualidade aos chavões pela minha parte, assim como não há nenhuma clara afirmação de preferência ou nenhum ataque em relação aos mesmo. Não há lá nada - estás apenas a assumir que há. Tu estás a dar o tom que queres aos meus comentários, o que é diferente de lá existir qualquer tom.É por teres mudado a tua posição na resposta que deste ao Nelson que eu digo que estás a desdizer a tua posição inicial. Foste desarmado, e adaptaste a tua teoria.
A tentativa de insulto à minha inteligência ou percepção até fazia sentido se o teu argumento inicial fosse baseado nessa perspectiva, mas foste tu próprio quem decidiu analisar uma das partes do todo (retiraste a narrativa do contexto universal do jogo e mencionaste-a isoladamente) e aí nem sequer julgaste a narrativa como sendo um todo mas sim, como ela era num único aspecto – o chavão. A única altura em que mencionaste a narrativa como sendo parte de um todo ou como um todo ela própria foi depois desse argumento inicial. Tudo o que disseste posteriormente não estava relacionado e estava assente numa série de conceitos que não respondiam à minha crítica; antes pelo contrário, a apresentação dos teus argumentos posteriores tenta sugerir que o facto de eu apontar que existem chavões era uma crítica aos outros factores que usaste depois (ex.: que uma boa narrativa é mais do que a soma das suas partes). Gonçalo – em parte alguma do que escrevi existe uma discordância ou um ataque à noção de que "que uma boa narrativa é mais do que a soma das suas partes”, no entando reagiste como se eu estivesse a dirigir as minhas críticas a essa noção, em vez de criticar a noção da ausência de chavões do KoTOR – o que obviamente, é mentira.Em relação ao resto, apenas posso deduzir que não compreendes que, nas artes, o todo não é necessariamente igual à soma das suas partes.
Dizer que ”a narrativa (do KoTOR) está longe dos chavões normalmente encontrados nos jogos de fantasia medieval” não é o mesmo que dizer ” uma boa narrativa é mais do que a soma das suas partes”. São duas perspectivas diferentes e como tal, criticar uma não é criticar a outra – por muito que tentes fazer com que seja.
E eu apenas critiquei a primeira.