Estado da Arte

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Serão os jogos mesmo uma forma de arte????

Sim, Molyneux, Wright, Kojima, Meier, Sakaguchi... todos mestres de uma arte!
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Não, os jogos são entretenimento puro!!!
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Talvez quando acabarem com as infinitas sequelas e o fluxo contante de jogos pouco criativos!
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Estado da Arte

Mensagem por Maedhros » sexta 30 dez 2005, 19:55

Abro este tópico para retomar uma questão já muito debatida no antigo fórum:
"Como vai o estado da arte dos videojogos?".

Por favor, tragam todas as achas que poderem para a fogueira (evitando exageros...), pois esta é uma discussão importante sobre este meio que adoramos.

Lembrei-me de retomar esta discussão pois acabei recentemente o Fahrenheit, jogo altamente conceituado pela crítica e jogadores de todo o mundo, que me levantou uma questão interessante:

Se "Fahrenheit" é o suprassumo do storytelling na arte dos videojogos, não é óbvio que o cinema ainda está a anos luz dos videojogos?

Antes de mais, não pensem que não gostei de Fahrenheit, é de facto um jogo brilhante e se tivesse de postar uma crítica dar-lhe ia sempre nota máxima. Mas essa é a questão:
Se é de facto uma obra prima videojogável, porque é que parece que fica aquém de tantos filmes ou livros?

Não será que os jogos ainda estão muito longe dessas formas de arte?

Inclusivé, ao ponto de obras imperfeitas serem aclamadas por falta de competição?

As partes videojogáveis de "Fahrenheit" oscilam entre o genial: as secções de aventura e algumas cenas de acção, e o simplesmente repetitivo e sem sentido: o incessante esmurrar dos botões e a infinita repetição de jogabilidade estilo jogos de dança.

E o argumento também não é isento de defeitos, ora consegue construir um mundo credível envolto numa aura de mistério, sobretudo nos primeiros actos, ora descamba num conjunto de lugares comuns sem qualquer interesse: mitos maias, concelhos que dominam o mundo, a aparição de uma IA que quer destruir a humanidade (sem qualquer propósito ou interesse para a narrativa que não seja mais um twist!), desaparecimento de personagens fulcrais sem grande justificação... tudo convulso na mesma obra!

Enfim, estão aqui presentes todo o tipo de falhas lógicas que condenam muitos filmes ao insucesso!

De todos os elementos do jogo, o único que é consistente é a estética, que vai enegrecendo o ambiente de jogo com os cenários progressivamente mais lúgubres e músicas do parceiro de Lynch: Angelo Badalamenti.

Se juntarem tudo isto uma montagem inconsistente (cheia de muitos capítulos desnecessários para o desenvolver da narrativa principal), no fim obtêm uma obra interessante que, mesmo bebendo de inúmeras inspirações é criativa e original, mas muito longe de genial.

Será que "Fahrenheit" é mesmo o estado da arte?
E será que é capaz de ombrear com o melhor do cinema ou da literatura?
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Grandpa: No! I'm madly in love with you and it's not because of your brains or your personality. " in Little Miss Sunshine

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Mensagem por Morbus » sexta 30 dez 2005, 20:16

Pois bem. É interessante a maneira como pões as coisas. Olhar para os vidiojogos como uma arte é impossível para muitos (para aqueles que nunca jogaram), difícil para alguns (para aqueles que só jogam por puro divertimento) e fácil para alguns outros (para aqueles que jogam bons jogos e se dedicam a jogar bons jogos). A pergunta é: Serão os jogos mesmo uma forma de arte? A minha resposta é sim, definitivamente.

Desde um simples FPS (um SWAT quisá) até a suprassumos de storytelling como Farenheit e Knights of the Old Republic (assim os considero) há arte. Alguns jogos mostram a sua arte nos cenários, nos gráficos, nas imagens; outros jogos mostram a sua arte no conceito e na originalidade do modo de jogo; outros jogos mostram a sua arte na história, na narrativa, nas personagens e no envolvimento do jogador na história. Acho que isto é suficientemente esclarecedor, até porque a pintura pura e simples sem originalidade e sem imaginação, de retratista e tal é considerada arte.

Disto se conclui que fazer jogos é, de facto uma forma de arte.

Quanto ao "facto" dos jogos ainda estarem áquem daquilo que os filmes são, eu digo: estão muito à frente, mas de longe longe longe. Apenas pelo facto de serem jogos.

Quando se dis "jogos" não se está a referir a nenhum em particular, assim como quando se diz "filmes". É óbvio que há más histórias, e lá por alguns jogos terem más histórias não quer dizer que não as saibam contar melhor que um filme. O facto de nós podermos espremer a história do Farenheit até à última gota é prova disso. Mostra-nos um universo complexo multihipotético em que o jogador intervêm e descobre. Eu sempre preferi aqueles livrinhos verdes em que o leitor era o herói às melhores obras de arte da literatura (embora também as leia). Farenheit é a concretização do conceito desses livrinhos no computador ou na consola.

Infelizmente ainda não comprei Farenheit (porque ainda não o vi a um preço baixo, usado claro), mas é um dos meus jogos preferidos, mesmo sem o ter jogado (só joguei a demo).

Tenho muitos jogos preferidos, eu que jogo bastante, e tenho dois filmes preferidos, eu que já vi mais filmes que os jogos que joguei. O meu tio tem muitos filmes preferidos, ele que se mata a ver filmes, e o jogo preferido dele é o totobola, ele que nunca pegou num comando e nem sequer percebe como um rato funciona. São maneiras diferentes de ver o storytelling. Uma maneira é activa e interventiva (os jogos, uns mais do que outros claro) e outra é pura e simplesmente passiva (os filmes).

Tenho dito. :arrow:
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Mensagem por PeddieKitsune » sexta 30 dez 2005, 20:31

Primeiro de tudo: O que é uma obra de arte? Que critérios definem um objecto físico ou virtual como um objecto de arte?
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Mensagem por Morbus » sexta 30 dez 2005, 20:39

Peddie Escreveu:Primeiro de tudo: O que é uma obra de arte? Que critérios definem um objecto físico ou virtual como um objecto de arte?
Para mim, arte é tudo aquilo que é directamente fruto da personalidade, imaginação, originalidade e inspiração de alguém. [8D]

Ser arte ou não não implica a sua funcionalidade, se a tem ou não. Um qudro pendura-se e vê-se e tal e vai-se embora. Um jogo joga-se e tal. Um copo usa-se e também tem o seu disign, é também uma obra de arte (os que são claro) :P
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Mensagem por Maedhros » sexta 30 dez 2005, 20:51

Primeiro de tudo: O que é uma obra de arte? Que critérios definem um objecto físico ou virtual como um objecto de arte?
Wikipedia:

"Art (or the creative arts) commonly refers to the act and process of making material works (or artworks) which, from concept to creation, hold a fidelity to the creative impulse —ie. 'art' is work distinct from creative work that is driven by necessity (ie. vocation), by biological drive (i.e. procreation), or (in art-purist contexts) by any undisciplined pursuit of recreation.

The creative arts essentially denotes a collection of disciplines whose principal purpose (or sole purpose) is in the output of material whose creation is compelled by a personal drive and echoing or reflecting a message, mood, and symbology for the viewer to interpret.

As such, the term 'art' may be taken to include forms as diverse as prose writing, poetry, dance, acting, music (both performance and creation), sculpture and painting. In common parlance, 'art' is most commonly used to refer to the visual arts —in particular painting, drawing, and sculpting.

Art is a broad term, which may be interpreted in different ways, often relating to creativity, aesthetics and generation of emotion."
Quanto ao "facto" dos jogos ainda estarem áquem daquilo que os filmes são, eu digo: estão muito à frente, mas de longe longe longe. Apenas pelo facto de serem jogos.
A questão não se põe no sentido da profundidade da experiência que cada forma te pode oferecer, até porque é impossível comparar formas de arte nesse plano sem cair em termos muito subjectivos (pensa em como comparar a literatura e o cinema, ou a música e a pintura).
A questão prende-se sim na profundidade, maturidade e evolução que cada forma de arte atingiu.

Certamente vês que o cinema hoje é muito mais complexo, eclético e adulto que no tempo de Chaplin (não querendo dizer que as obras da altura não fossem igualmente geniais e inovadoras...).

E por isto discordo completamente de ti. Os jogos têm poucas correntes estético-narrativas, pouca variação temática e demasiado lixo que corre nas lojas. E, em geral, os grandes temas da humanidade, universo e da espiritualidade não são retratados pelos jogos, que a maior parte das vezes têm argumentos fracos e inconsistentes, que até uma criança consegue desconstruir.

Não quero por isso dizer que os jogos não sejam arte... simplesmente é uma forma de arte imatura e longe das suas congéneres.
storytelling como Farenheit e Knights of the Old Republic (assim os considero)
Devias mesmo jogar Fahrenheit, sem o fazeres não poderás perceber donde vêm as minhas críticas. KOTOR tem muito daquilo que falta a Fahrenheit: consistência no argumento, montagem e jogabilidade, algo que é essencial para que um filme ou livro sejam aclamados universalmente.
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Mensagem por PeddieKitsune » sexta 30 dez 2005, 21:02

Morbus Escreveu:
Peddie Escreveu:Primeiro de tudo: O que é uma obra de arte? Que critérios definem um objecto físico ou virtual como um objecto de arte?
Para mim, arte é tudo aquilo que é directamente fruto da personalidade, imaginação, originalidade e inspiração de alguém. [8D]

Ser arte ou não não implica a sua funcionalidade, se a tem ou não. Um qudro pendura-se e vê-se e tal e vai-se embora. Um jogo joga-se e tal. Um copo usa-se e também tem o seu disign, é também uma obra de arte (os que são claro) :P
Uma das características de um objecto de arte é o facto de ser singular. Nunca uma reprodução de uma obra de arte chega sequer perto do valor que a própria obra de arte possui. Sendo os videojogos objectos reproduzidos em massa, será que os renunciamos imediatamente como não sendo meios de expressão artística? Ou aceitamos esse facto, justificando-o como o facto dos jogos serem em si reproduções ser uma característica própria desta forma de arte?
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Mensagem por MadnessJonny » sexta 30 dez 2005, 21:30

Uma vês Fernando Pessoa (ou um dos seus incontáveis Heterónimos) escreveu algo como :

O Binómio de Newton é tão belo como a Venus de Milo, o que falta é gente que se aperceba disso.

Não me lembro exactamente das palavras que utilizou mas foi algo dentro deste género.

Isto já demonstra o quanto o conceito de arte e beleza podem ser subjectivos. Para alguém que não goste/perceba nada de matemática isto é uma perfeita tolice. Mas para os amantes/simpatizantes da matemática são palavras sábias e com as quais concordam completamente. Eu, sinceramente, axo notável o Binómio de Newton e acredito que "roubou" mais tempo a Newton do que a famosa Venus.

É dificil definir arte, mas para mim arte é tudo aquilo que fascina o ser humano. Tudo o que é capaz de roubar constantemente a sua atenção, tudo o que o ser humano aprecia. É claro, existem artes mais difundidas do que outras. A pintura, o cinema, a musica, a escultura etc são todas artes na boca do povo, mas acredito que não são as únicas.

Assim sendo, a minha opinião é que os videojogo são de facto uma arte. Uma arte recente e que dá os seus "primeiros" passos quando comparadas com as grandes artes, ainda assim uma arte com muito potencial.

É o que acho. :wink:

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Mensagem por Morbus » sexta 30 dez 2005, 21:33

Peddie Escreveu:
Morbus Escreveu:
Peddie Escreveu:Primeiro de tudo: O que é uma obra de arte? Que critérios definem um objecto físico ou virtual como um objecto de arte?
Para mim, arte é tudo aquilo que é directamente fruto da personalidade, imaginação, originalidade e inspiração de alguém. [8D]

Ser arte ou não não implica a sua funcionalidade, se a tem ou não. Um qudro pendura-se e vê-se e tal e vai-se embora. Um jogo joga-se e tal. Um copo usa-se e também tem o seu disign, é também uma obra de arte (os que são claro) :P
Uma das características de um objecto de arte é o facto de ser singular. Nunca uma reprodução de uma obra de arte chega sequer perto do valor que a própria obra de arte possui. Sendo os videojogos objectos reproduzidos em massa, será que os renunciamos imediatamente como não sendo meios de expressão artística? Ou aceitamos esse facto, justificando-o como o facto dos jogos serem em si reproduções ser uma característica própria desta forma de arte?
[-X A questão não é essa, de ser uma característica. A questão é que o que é arte é a essência e não o objecto. Usando o exemplo que dei, o copo com um determinado design é uma obra de arte, mas o que é obra de arte é o primeiro design que o criador fez. A reprodução é uma forma de nos fazer chegar essa obra. Mas igual áquele copo só há um modelo! Com os jogos é a mesma coisa: a obra de arte está no primeiro jogo. As cópias feitas a seguir para vender são a forma de nós chegarmos a essa obra. Só há um jogo com o nome Dungeon Siege 2, por exemplo. Mas há milhares de cópias...
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Mensagem por PeddieKitsune » sexta 30 dez 2005, 22:21

Morbus Escreveu:[-X A questão não é essa, de ser uma característica. A questão é que o que é arte é a essência e não o objecto. Usando o exemplo que dei, o copo com um determinado design é uma obra de arte, mas o que é obra de arte é o primeiro design que o criador fez. A reprodução é uma forma de nos fazer chegar essa obra. Mas igual áquele copo só há um modelo! Com os jogos é a mesma coisa: a obra de arte está no primeiro jogo. As cópias feitas a seguir para vender são a forma de nós chegarmos a essa obra. Só há um jogo com o nome Dungeon Siege 2, por exemplo. Mas há milhares de cópias...
Hm, percebo. Sendo assim, nós nunca temos acesso à obra de arte, mas sim apenas às suas reproduções. É um ponto de vista interessante.

Agora outra questão: concordam que é válido considerar os videojogos como uma arte, se eles são maioritariamente constituídos por outras formas de arte, a saber: pintura (virtual, em forma de texturas), escultura (virtual, em forma de modelos 3D), música, arquitectura (mapping), etc? Se sim, porquê?

PS. Grande nível que esta discussão está a ter. ;)
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Mensagem por Hunter » sexta 30 dez 2005, 22:32

eu considero os videojogos uma arte pelo simples facto de ser atraves deste meio de entertenimento que nós conseguimos interagir com variados aspectos que nao sao possiveis de fazer,por exemplo no cinema,nem na leitura...
que outra meio de entertenimento é que vos deixa decidir como querem acabar uma historia???que outro meio de entertenimento vos deixa fazer certas coisas que eram impossiveis na vida real,tais como ser a personagem principal de uma historia de aventura,de um cenario de guerra... que outro meio vos deixa conduzir um carro super equipado fazendo tudo o que vos "vem à cabeça",fugindo da policia,viajando a velocidades incriveis,etc....
é por estas razoes que considero os videojogos a 8ªarte,tal como ja tinha criado um topico no antigo forum.
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Mensagem por Morbus » sexta 30 dez 2005, 22:34

Peddie Escreveu:Hm, percebo. Sendo assim, nós nunca temos acesso à obra de arte, mas sim apenas às suas reproduções. É um ponto de vista interessante.
O sentido de posse sempre característico desta sociedade :roll: Eu disse que podes chegar à obra de arte... ATRAVÉS das suas reproduções. Agora tê-la... isso leva a outro tipo de discuções que não são agora para aqui chamadas (ter vs. ser).

Quanto às artes dentro do videojogos, não é por os videojogos terem arte dentro deles que são eles prórpios obras de arte. A pintura in-game é arte ela própria. Os jogos são arte por sí, sem necessidade de ter mais artes como suas componentes. De qualquer forma, são uma arte formada TAMBÉM por outras artes.
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Mensagem por PeddieKitsune » sexta 30 dez 2005, 22:55

Morbus Escreveu:O sentido de posse sempre característico desta sociedade :roll: Eu disse que podes chegar à obra de arte... ATRAVÉS das suas reproduções. Agora tê-la... isso leva a outro tipo de discuções que não são agora para aqui chamadas (ter vs. ser).
Não estou a falar de possuir obras de arte, mas sim ter acesso a elas, que é diferente de ter acesso a simples reproduções. As reproduções ajudam-nos a alcançar a obra de arte, mas nunca é igual estar na presença de uma reprodução e estar na presença da obra de arte reproduzida.
Quanto às artes dentro do videojogos, não é por os videojogos terem arte dentro deles que são eles prórpios obras de arte. A pintura in-game é arte ela própria. Os jogos são arte por sí, sem necessidade de ter mais artes como suas componentes. De qualquer forma, são uma arte formada TAMBÉM por outras artes.
Eu estava a questionar precisamente o contrário, se é por os videojogos conterem um conjunto de produções artísticas dentro de si que não são considerados arte (talvez apenas "locais" onde se reúnam diferentes meios artísticos?).
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Mensagem por Morbus » sexta 30 dez 2005, 23:08

Peddie Escreveu:
Morbus Escreveu:O sentido de posse sempre característico desta sociedade :roll: Eu disse que podes chegar à obra de arte... ATRAVÉS das suas reproduções. Agora tê-la... isso leva a outro tipo de discuções que não são agora para aqui chamadas (ter vs. ser).
Não estou a falar de possuir obras de arte, mas sim ter acesso a elas, que é diferente de ter acesso a simples reproduções. As reproduções ajudam-nos a alcançar a obra de arte, mas nunca é igual estar na presença de uma reprodução e estar na presença da obra de arte reproduzida.
Foi o que eu disse. Não temos a obra de arte (como tu dizes) mas temos acesso a ela (como tu não dizes) uma reprodução é exatmente igual à primeira obra, quer queiras quer não. Ter acesso a uma reprodução de um jogo é ter acesso ao jogo, ao primeiro que foi feito. Não percebo aonde queres chegar... :?: A obra de arte produzida é precisamente a reprodução.
Peddie Escreveu:
Quanto às artes dentro do videojogos, não é por os videojogos terem arte dentro deles que são eles prórpios obras de arte. A pintura in-game é arte ela própria. Os jogos são arte por sí, sem necessidade de ter mais artes como suas componentes. De qualquer forma, são uma arte formada TAMBÉM por outras artes.
Eu estava a questionar precisamente o contrário, se é por os videojogos conterem um conjunto de produções artísticas dentro de si que não são considerados arte (talvez apenas "locais" onde se reúnam diferentes meios artísticos?).
:oops: Desculpa, não percebi a pergunta... [:D] Mas de qualquer forma respondi na minha resposta. Os jogos não são SÓ obras de arte por terem arte dentro deles. Se leres bem a minha resposta anterior percebes o que quero dizer :wink:
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Mensagem por Maedhros » sexta 30 dez 2005, 23:23

Peddie Escreveu: Agora outra questão: concordam que é válido considerar os videojogos como uma arte, se eles são maioritariamente constituídos por outras formas de arte, a saber: pintura (virtual, em forma de texturas), escultura (virtual, em forma de modelos 3D), música, arquitectura (mapping), etc? Se sim, porquê?

PS. Grande nível que esta discussão está a ter. ;)
Sim, basta pensares no cinema e verás que o paradigma é o mesmo.
Um filme tem de ter um argumento (Literatura), cenários (arquitectura), banda-sonora (música), fotografia, etc.

Portanto, o facto de um objecto ser o composto de várias partes, que em si são arte, não invalida a sua existência como uma arte por si, desde que a soma das partes seja inferior ao todo, como é o caso do cinema e ds videojogos.
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Mensagem por Death Crow » sexta 30 dez 2005, 23:25

Quanto ao facto de se estar a discutir se os videojogos podem ser considerados arte quando há milhares de cópias, acho que isso não impede já que tanto a música como os filmes têm milhares de cópias e são considerados arte.
Penso que os videojogos se podem considerar arte devido a todo o trabalho que envolvem a sua construção, modelagem, pintura, programação, historia, etc... Claro que há nomes mais sonantes que outros mas em todas as artes isso acontece, Peter Molineux é um deles...
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