Jota Escreveu:Quando escreveste o tópico não paraste para ler o que tinhas escrito, eu não assumi uma posição clara, aliás posição nenhuma, tu escolheste uma para mim.
E isso invalida alguma coisa? Além disso, eu não assumi que pensavas nada (pelo menos não o explicitei) porque apenas disse que "é possível". O que SEI que disseste, porque disseste, foi que a sociedade aceita a pirataria, o que não é verdade. Estava a falar disso, e não da opinião de cada um.
Jota Escreveu:(E quanto à droga, o álcool é uma droga, assim como o tabaco, e é tolerado, não me digas que não bebes socialmente nem nunca viste ninguém beber socialmente, ou até mesmo fumar??)
Há muitas coisas que se fazem socialmente e a sociedade não as aceita. Não bebo, não, só muito muito de vez em quando, e sim, é socialmente. Mas o facto de ser socialmente não quer dizer que a sociedade (essa entidade impessoal e colectiva, tão difícil de definir) o aceite.
Jota Escreveu:Ao que em cima escreves só demonstra uma pontinha de hipocrisia, pois se vives entre o preto e o branco, e depois dizer que "mas ter tido uma cópia pirata não tem nada a haver com eu condenar a pirataria, nem com quem quer que tenha pirataria, apesar de eu ter tido uma cópia pirata pois apesar disso, a minha alma há-de ser mais leve que a pena de avestruz..."
Apesar de não perceber muito bem o que queres dizer, eu volto a dizer que toda a gente (ou a maior parte, vá lá) é contra a fome, e há pessoas que passam fome. Tão simples quanto isto.
Jota Escreveu: Quanto ao que acho em relação á pirataria, e é isso mesmo que deve de ser a discussão sobre a pirataria, uma abordagem desapaixonada sobre factos que compõem a nossa sociedade que tornam a pirataria aceitável,
Lá estás tu. Quanto a mim, a sociedade não aceita a pirataria. Period. O que há são casos específicos, porque, no fim de contas, cada caso é um caso. Se te estás a referir a casos específicos (mesmo que casos tipo), explicita.
Jota Escreveu:pois eu não sei se estás a tirar algum curso superior ou se lidas com cadeiras de desenho técnico e de programação básica...que dirias se te dissesse que pessoas com elevados graus académicos (Professores Doutores) disponibilizam cópias piratas de software, ou até mesmo literatura, achas mesmo que se a sociedade tivesse pé fincado contra a pirataria isso acontecia??? Achas que eles eram capazes de arriscar a reputação...
Estou a tirar um curso, sim, mas não é desse tipo. Mas o caso que dizes (que já aconteceu comigo, e vai acontecer para o ano, quando tiver uma cadeira de AutoCAD) não quer dizer nada. Aliás, sou capaz de te dar casos bem piores, e isso não implica que a sociedade aceite a pirataria. Um caso muito claro é um prof meu ter disponibilizado o livro dele próprio (que estava à venda pela módica quantia de 30€ mais ou menos) para fotocópias...
Se bem que é um caso diferente, mostra bem a razão do porquê, no caso que referiste e no meu, de se fazer pirataria.
Jota Escreveu:Num dos primeiros posts que fiz aqui falei das minhas primeiras experiências aqui no continente, uma das quais foi a PSP numa feira a policiar pessoal que vendia filmes pirateados, tu é que és ingénuo e deves viver numa redoma de vidro (talvez posso também estar errado) e caso não percebas, ensino-te uma coisa sobre a lei é tão falível quanto as pessoas que a fazem, e sim se lesses a constituição ias ver que é uma das livres interpretações que se pode ter.
Tipo, chama-me o que quiseres, não é a minha opinião
Mas quanto à lei, claro que é falível. Mas, e depois? Burocracia contorna-se com burocracia, e eu posso dizer que estou habituado a isso.
Jota Escreveu:Quanto à história do "Robin dos Bosques" tu tens essa interpretação porque deves, das duas uma não ser capaz de compreender o ser humano num aspecto tão simples como o fascínio, mesmo por um acto ilegal quando cometido de forma "audaz" e sem lesar fisicamente outra pessoa.
E tal. E depois? Faz disso um acto nobre?
Jota Escreveu:O metro serve cerca de 500 mil pessoas dia, o mercado de software em Portugal quantas pessoas??? Achas mesmo que se não consumíssemos software durante um mês, um ano ou uma década íamos alterar alguma coisa??? Para não falar de quão inconsequente isso seria...Boicotares o software teria reflexo se fosse num país como EUA ou Espanha, Itália, R. Unido, não Portugal com 10 milhões.
A tua lógica é a lógica do cidadão comum, passivo, preguiçoso e conformado, que se deixa ir na corrente porque simplesmente não faz diferença... Não te consigo explicar porque é que não se deve pensar assim (os argumentos que consigo materializar em palavras são todos falaciosos, infelizmente), mas simplesmente sei que EU não sou assim, e o que faço faço, independentemente de os outros fazerem ou não. Portanto não me importo se sou o único a boicotar o metro, mas se tiver que o fazer faço-o. Assim como os jogos, claro.
Cada vez os jogos são mais curtos, cada vez com menos qualidade técnica. O que faço? Muito simples: o que fiz com legend faço com outros. Jogo emprestado. Ou então alugo o jogo por um dia ou dois, que é quanto tempo demora a passá-lo... Além disso, assim como não compro roupa de marca, ou carros topo de gama, também não compro jogos topo de gama. Compro-os quando baixam de preço, e, acredita, devo jogar melhores jogos que muita gente que anda para aí a comprar tudo o que sai de novo... A questão é, no Portugal que somos, actualmente, quase só faz pirataria quem quer, tão simples quanto isso. Quase. Eu, por exemplo, quase não jogo. Só tenho uma pessoa a ganhar em casa, tenho uma agregado familiar de 5 unidades, uma delas reformada, e duas delas a estudar, tenho impostos para pagar, e o trabalho não rende por aí além. Se por vezes pagar a conta da luz ou da água é difícil (e às vezes fico sem net e telefone por causa disso), é natural que comprar dois jogos a 60€ todos os meses se torne difícil. Por essa mesma razão também não ando por aí a gastar dinheiro. O pouco dinheiro que gasto, assim, prontos, em cenas secundárias, é na Mega Score, e num chocolate aqui e acolá. Os jogos são muito esporádicos, tipo, recebi um no natal, e prontos. Antes, se bem me recordo, tinha sido o Soul Reaver: Defiance. Antes o Oblivion, logo quando saiu, portanto estás a ver... Cada um com o que pode, e não sinto que jogo pouco.