MadnessJonny Escreveu:
Eu sou daquelas pessoas que teima em avaliar as coisas tal qual como as sente e não como julgo que as outras pessoas sentem. Porque eu não sou dotado do oportuno sentido da advinhação limito-me a fazer uma análise do que vi e senti e não entro em suposições sobre os outros. Assim como nunca disse que o filme era mau, apenas disse que não foi um filme que gostasse muito, e é verdade, queres que minta a mim próprio apenas porque é essa a tua opinião!
Eu não tenho nenhuma aversão à mensagem do filme, concordo com a crítica à nossa sociedade, só acho que a criação de uma sociedade também ela com sérios defeitos não é a melhor forma de criticar a nossa sociedade contempôrânea. É quase como o roto a gozar com o nu, ou vice versa. Pode fazer sentido para muitas pessoas mas não para mim. Mais uma vez não sou advinho, não advinho o que as outras pessoas pensam. Até porque assim, praticamente todos os filmes seriam catalogados de bons, muito bons, geniais, etc porque haverá sempre alguém no mundo que irá concordar/gostar da ideia/filme. O conceito de bom é muito subjectivo, como podes kerer ser completamente objectivo deixando a tua opinião pessoal de lado? Nem consegues, o teu inconsciente está sempre activo e às vezes faz coisas pelas quais tu nem dás conta.
De qualquer forma, o que expressei foi uma opinião pessoal nada mais, não tou aqui para falar do que os outros ou a maioria acha...
MINHA PESSOA POWER!!!
1. Mas alguma vez falei em adivinhação? Eu quando crítico não penso nos outros, penso na obra, pois só ela interessa! O "eu" não tem interesse para quem lê a minha crítica (seja aqui ou noutro lado qualquer), o "eu" só tem interesse para mim e para quem partilha os meus valores (ou seja muito poucos). O que importa numa crítica é a obra. O que eu falei foi em criticares um filme pelos defeitos, não pela maneira como o sentes... isso é a tua opinião, que, como disse, é algo de profundamente pessoal! São coisas muito diferentes.
2. Eu não sou objectivo, ninguém o é! Mas a minha justificação é o máximamente objectiva possível. Eu quando critico algo, justifico, com base nas características desse algo, e nunca nas minhas características. O que tu fazes é dizer: não gostei de A Vila, porque as suas ideias são, a meu ver, absurdas, visto que chocam com as minhas. Isso justifica tanto como nada. É o equivalente a dizer que não gostei porque não gostei do que falou. A tua opinião tem tanto valor como a minha ou de outro qualquer (tu já aqui o disseste e dei-te razão). Achas que essa opinião esclareceria quem quer que fosse? Não, porque a tua perspectiva está moldada pelo teu sistema de valores, que choca com o do filme.
O que tem valor numa crítica, é a sua justificação. E essa justificação, para ter valor, deve ser Universal e baseada exclusivamente no objecto, não na tua perspectiva subjectiva dele (mesmo que esta te tolde o juízo, o que é inevitável). Vê o que escrevi sobre "O libertino" e vê se em algum lado (menos na classificação, que é a parte mais subjectiva) exprimi os meus sentimentos sobre o filme...
Aconselho-te a ir ao wikipedia ver a diferença entra uma crítica construída e uma opinião. E depois pondera sobre a utilidade de cada uma...
Eu não te estou a atacar Madness, estou apenas a atacar a maneira como olhas para um filme. Simplesmente, tu vês um filme e dizes, gostei de A e B, não gostei de C. Mas tens que perceber que nem todos concordaram contigo. Como já aqui disse, eu não partilho os valores de Shyamalan, mas não vou criticar a sua obra por os reflectir. Tal como não critico o GTA por ser violento, ou a Nona Sinfonia por ser triste, ou o Spielberg por ser comercial...
Se tu me dissesses que A Vila era um mau filme porque, era um filme com um argumento simplista, não criava suspense e era um filme com actores medíocres, eu tinha apenas de me calar. Não concordando com a tua opinião, nada podia fazer para a atacar. Seria uma justificação tão válida e lógica como outra qualquer. É aí que tu falhas. Pois criticas o filme, meramente porque não TE pareceu correcto a sua mensagem. Há filmes que não gosto e sou obrigado a tirar-lhes o chapéu pela sua qualidade, pois consigo separar o meu gosto pessoal, quando peso os prós e contras num filme. E isso é importante, tudo o resto não tem interesse. É uma mera projecção do "eu" da pessoa.